21 DE JUNHO DE 2018
+ ECONOMIA
JURO DE FUTURO INCERTO
Ao assinalar, como o mercado esperava, a mudança no balanço de riscos para o Brasil, o Banco Central (BC) adverte que as expectativas que valiam até agora devem ser revistas. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve o juro no mínimo histórico de 6,5% ao ano, mas avisa que a incerteza cresceu. Nas 40 linhas do comunicado, mais longo do que o usual, a palavra risco é repetida 14 vezes.
Mas, afinal, porque o risco do Brasil cresceu tanto, sem um "evento" que justifique o fato de estar mais alto hoje do que na época da delação da JBS? Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos, avalia que só um ponto no cenário interno explica: a falta de perspectivas eleitorais de um candidato comprometido com o ajuste fiscal. Os demais fatores são externos, principalmente a alta do juro americano e a guerra comercial aberta pelos Estados Unidos, que atinge países emergentes como o Brasil.
- Isso cria ambiente externo que não é mais benigno e se traduz em mudança de preço que é a taxa de câmbio.
Enquanto os diretores do BC batiam martelo na decisão, o dólar voltou a subir ontem, para R$ 3,783, confirmando que a moeda americana mudou de patamar. Isso significa, no médio prazo, alta na inflação. Há projeções de que o índice mais impactado pelo câmbio, o IGP-M, possa chegar a 7% neste ano.
Mesmo assim, Rosa mantém sua projeção de juro básico em 6,5% até o final do ano - embora avise que está aberto a mudar a qualquer momento. O problema é que a estimativa decorre da percepção de que a atividade econômica se manterá tão fraca que não deve dar espaço para repasse de preços:
- A ociosidade deve seguir alta até o final de 2019 e avançando em 2020. Isso sugere menor pressão sobre os preços e inflação ainda abaixo da meta.
Apesar de longo, o comunicado do Copom frustrou quem esperava ler mensagens sobre o futuro: "os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação".
donald trump mostrou ontem que é capaz de voltar atrás, SE PRESSIONADO O BASTANTE. A IGNOMÍnIA DA SEPARAÇÃO DAS CRIANÇAS DOS PAIS MIGRANTES PODE TER SIDO A GOTA D?ÁGUA PARA A TOLERÂncia dos próprios correligionários em relação ao presidente. ainda dá tempo de subir a pressão para o fim da guerra comercial.
MARTA SFREDO
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