Notícia da edição impressa de 15/06/2018. Alterada em 14/06 às 23h00min
Marco Aurélio,
imperador filósofo Marco Aurélio, nascido em 126 d.C., é um dos personagens mais complexos e fascinantes da história antiga. Conhecido como o imperador filósofo, governou Roma de 161 até morrer, em 180. Administrador e estrategista militar zeloso, político hábil, grande guerreiro, foi um dos principais protagonistas da expansão militar romana.
Marco Aurélio, o imperador filósofo (Zahar, 376 páginas, tradução de Vera Ribeiro), do consagrado historiador Pierre Grimal (1912-1996), um dos maiores da França, explica por que Marco Aurélio foi o maior dos imperadores, o mais humano, sábio e justo. Grimal, latinista devotado à civilização da Roma antiga, promoveu sua herança cultural junto a especialistas e ao grande público, sendo chamado de "o último dos romanos" pelos romanos. Grimal publicou, no Brasil, História de Roma e Dicionário de mitologia greco-romana, entre outras obras. A obra de Grimal é fundamental para quem pensa as relações entre ética, poder e prática política. Biografia histórica referencial, vai muito além dos limites do gênero e faz um retrato completo de Marco Aurélio.
O autor reconstrói com maestria o contexto histórico e cultural do Império e, considerando o imperador como "o maior dos Césares", apresenta a educação, as obras filosóficas de Marco Aurélio e sua carreira política. A formação estoica do imperador teve grande influência em seu trabalho, em sua vida, e suas esplêndidas Meditações mostram justamente o quadro denso e profundo de um ser solitário, piedoso, reto e tolerante.
Ao mesmo tempo guerreiro, filósofo, governante e legislador, pensava a humanidade como uma só e considerava que o bem residia no triunfo da Justiça - a mais antiga das divindades, alicerce de todas as virtudes. Em nossa atualidade carente de líderes, ética e justiça social, a obra serve para estudantes de ciência política e leitores em geral que refletirão sobre a relação entre poder e política e os deveres éticos dos governantes.
Nas Meditações, o imperador evocou a família, os amigos e os conselheiros que construíram "esse personagem tão importante e tão simples, para quem importava sua humildade: era à consciência que Marco tinha dela e à consciência de sua vulnerabilidade que ele devia o cumprimento, dia após dia, da tarefa de governar o mundo, sem por isso "cesarizar-se", segundo o final da obra.
lançamentos
Bem longe de casa (BesouroBox, 184 páginas), da produtora de cinema e escritora Luciana Tomasi - autora dos livros Um spa na Índia e Três cidades perto do céu -, narra viagens que a autora realizou por várias partes do mundo e que remexeram em lembranças de traumas muito antigos. Um livro para fazer pensar e divertir. Cláudia Tajes, na orelha, diz que o livro é tipo navegar é preciso, viver também é preciso. E é mesmo.
Pesadelos (Faro Editorial, 138 páginas), do premiado cineasta Marcos DeBrito, autor de O escravo de capela, romance de suspense fantástico, trata de traumas difíceis de superar e outros que seria melhor esquecer. Dez anos depois de dar de cara com a assombração, Tiago finalmente concorda em voltar para a mesma casa para visitar sua avó. Quer ver se tudo era apenas criação tenebrosa de infância.
Duzentos (Editora Kazuá, 78 páginas) apresenta minicontos da professora, tradutora e escritora gaúcha Joselma Noal, na trilha de outros escritores brasileiros como Fernando Bonassi e Marcelino Freire, e na tendência da minificção nos meios virtuais. Destino - O Laranja vacilou e na mão dos traficantes virou suco; e Ordem e Progresso - No dia sete de setembro, a bandeira tremulava faceira a rir de si mesma estão na antologia. -
Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2018/06/632625-marco-aurelio-imperador-filosofo.html)
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