sábado, 13 de janeiro de 2018



Disputa entre Temer, Maia e Meirelles pode travar agenda econômica

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 06-03-2017, 20h00: O presidente Michel Temer, ao lado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (planejamento) e do presidente da Câmara dos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) durante reunião com líderes da base aliada do governo no Palácio da Alvorada. A reunião visa tratar das pautas importantes para o governo que serão votadas no Congresso. Os novos líderes do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE) e no senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR) participam após serem confirmados nos cargos na tarde de hoje. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente Michel Temer entre o presidente da câmara Rodrigo Maia e o ministro Henrique Meirelles
Bastou que o calendário marcasse 2018 para que as ambições eleitorais voltassem a abalar a instável parceria entre Michel Temer, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles. A disputa do trio pelo comando da pauta econômica se acirrou na última semana e ameaça colocar em risco essa própria agenda.

O presidente, o chefe da Câmara e o ministro da Fazenda operam há meses sob desconfiança multilateral, mas ainda assim foram capazes de atuar em conjunto para aprovar medidas como a reforma trabalhista e a recuperação fiscal dos Estados.

Nos primeiros dias do ano, porém, o som da urna eletrônica parece ter encantado a trinca, que pretende se escorar no relativo sucesso da estabilização da economia para construir candidaturas presidenciais ou exercer influência sobre a campanha.

A rivalidade aprofundou o antagonismo entre Temer, Maia e Meirelles em temas como a privatização da Eletrobras, a reforma da Previdência e as mudanças na "regra de ouro" -que impede a emissão de dívidas em volume maior que os investimentos.

O debate sobre a pauta econômica esfria enquanto o trio abre uma competição despudorada pelos holofotes nos momentos de boas notícias e se esquiva de responsabilidade nas situações adversas. Temer driblou Meirelles na quarta-feira (10) e convocou uma reunião cenográfica com a equipe econômica apenas para, diante da imprensa, tirar proveito do baixo índice de inflação registrado do ano passado.

No dia seguinte, quando a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do país, o Planalto ficou em silêncio, a Fazenda culpou a Câmara pela dificuldade em aprovar a pauta do ajuste e Maia lamentou que Meirelles agisse "como candidato".

Os três intensificaram seus movimentos porque só um poderá ostentar o discurso do resgate da economia na campanha. O problema é que, nessa batalha, podem comprometer a agenda de que necessitam para viabilizar seus projetos políticos.

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