sábado, 6 de janeiro de 2018


06 DE JANEIRO DE 2018
RBS BRASÍLIA

UMA ESPLANADA DE ABSURDOS


O presidente Michel Temer não escolheu um ministério de notáveis quando montou a primeira equipe e, pelo andar da carruagem, terminará o governo com o time ainda pior. Além de ter aparecido na delação da Odebrecht, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi condenada em um processo trabalhista porque não assinava a carteira do motorista. Se não fosse um escândalo, seria a típica piada pronta. 

E é essa deputada que vai assumir o Ministério do Trabalho. Questionado sobre se essa revelação poderia impedir a nomeação, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) afirmou que não. O Planalto está contente com ela e recuar da decisão seria um absurdo. Dentro da lógica do Planalto, o que interessa é cada ministro representar votos na Câmara. Filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, Cristiane promete carregar o apoio do partido à reforma da Previdência. É a tal governabilidade.

Na semana que passou, a volta de Jefferson aos holofotes chamou atenção. Mas outros nomes polêmicos também comandam as negociações por cargos, sem qualquer segredo. Condenado no mensalão, Valdemar da Costa Neto articula pelo PR. Investigados na Lava-Jato, Ciro Nogueira e Romero Jucá, respectivamente, comandam o toma lá dá cá pelo Progressistas e pelo MDB. Ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira - também citado na Lava-Jato - deve reassumir o comando do PRB. O resultado dessas conversas, portanto, está longe de qualificar ou garantir qualquer renovação na maneira de comandar a Esplanada.

Ao assumir a Presidência da República, Temer fez uma escolha clara: uma equipe econômica de primeira, alinhada com as expectativas de mercado, e o restante da Esplanada livre para barganhas. Neste último ano de governo, o desembarque de políticos de diferentes partidos para a campanha leva o Planalto a uma reforma ministerial forçada. Mas a regra do vale-tudo continuará a mesma.

UMA EXCEÇÃO

Ao contrário de outras pastas, a tendência no Ministério do Desenvolvimento Social é de que o secretário-executivo, Alberto Beltrame, seja o substituto de Osmar Terra, que deve se afastar para concorrer à reeleição na Câmara. Técnico, Beltrame conhece a fundo os principais programas da pasta.

CAROLINA BAHIA

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