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sábado, 12 de janeiro de 2008
12 de janeiro de 2008
N° 15477 - Paulo Sant'ana
O ziguezague
Um pintor de 51 anos foi flagrado pela quinta vez dirigindo embriagado, em uma estrada da região de Bento Gonçalves.
Os patrulheiros o detiveram porque seu carro ziguezagueava. Nunca entendi por que os carros imitam seus condutores.
Se um homem está bêbado e caminha pelas ruas, é natural que ele cambaleie.
O que me intriga é que esse mesmo bêbado que cambaleia na rua acaba dirigindo um carro e aí então quem cambaleia não é ele, é o carro.
Quer dizer então que o carro imita sempre o condutor?
Ou seja, se um homem caminha pelas ruas devagar, como pedestre, se for dirigir um carro, a velocidade do veículo será irritante de tão vagarosa?
E se o homem, enquanto pedestre, é daqueles rapidinhos, se anda sempre acelerado no seu caminhar, se for dirigir um carro, excederá todos os limites de velocidade impostos pelas autoridades do trânsito?
Desisto. Mas não entendo definitivamente os motivos, físicos ou químicos, que levam um carro, portanto um aparelho, a cambalear. É demais para minha compreensão.
Carro tem labirinto?
Recebo e registro como mais uma colaboração de leitora para a campanha de trânsito da RBS: "Querido Paulo Sant’Ana. Como leitora diária da sua coluna, gostaria de aproveitar o espaço para comentar um fato acontecido com amigos pouco antes do Natal. Acho louvável a campanha promovida pela RBS por um trânsito seguro.
Não podemos mais conviver com esse número assustador de mortes no trânsito, sem saber, quando saímos de casa pela manhã, se voltaremos ou não. Do jeito que está, fica fácil viver sob a máxima de ‘viver cada dia como se fosse o último’.
Vejo declarações de policiais rodoviários sobre as imprudências cometidas por motoristas e minha vontade de te escrever cada vez aumenta mais.
Uma família de amigos, os dois filhos e a mãe, estavam indo de São Leopoldo, onde moram, para Tenente Portela, onde nasceram, para as festas de Natal. Infelizmente, eles tiveram que mudar os planos no meio do caminho.
Graças a Deus uma combinação de fatores – e acredito que o fato de não ter chegado a hora deles ainda – fez com que hoje eles estejam conosco, mas, por uma falta grave da Polícia Rodoviária Federal, o Natal deles foi, no mínimo, atípico.
Nas proximidades de Estrela, eles iam pela rodovia felizes por terem um trânsito tranqüilo e um dia ensolarado e claro, ótimo para uma viagem de carro.
No segundo seguinte, o Peugeot 206 em que estavam praticamente entrou (colisão) numa Blazer da Polícia Rodoviária Federal. Sem que eles tivessem tempo de frear, se segurar ou utilizar qualquer instinto para se proteger.
A policial que dirigia a viatura estava no acostamento para fazer o retorno e, após a passagem de um caminhão, decidiu que poderia acelerar, sem olhar se havia algum carro vindo da outra direção. Meus amigos, por outro lado, não viram a blazer por causa da passagem do caminhão, e só pararam com a batida dos dois automóveis.
Por sorte, estavam usando o cinto, mas o mesmo instrumento que salvou a vida de todos machucou-os em vários lugares. O mais novo teve que passar por uma cirurgia para a retirada do baço e reconstrução de parte do intestino.
O mais velho, que estava dirigindo, ainda apresenta hematomas pelo corpo, e a mãe teve uma fratura na costela e ainda está sob o efeito de remédios para a dor.
Passaram o Natal sozinhos no hospital de Estrela, um preocupado com o outro e angustiando todos os amigos que estavam de corpo com suas família, mas de alma com eles.
Eles nasceram de novo, pela gravidade do acidente, pelo forte impacto e pelo grande susto. Nós todos aprendemos algumas lições importantes com o acontecido.
Que a Polícia Rodoviária Federal trate de aprender que as regras de trânsito valem para todos, inclusive para eles. Um grande abraço, (ass.) Roberta Ramos (ramos.ro@gmail.com).
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