
RS perde para PR e SC no lançamento e na venda de imóveis novos
O mercado imobiliário do Rio Grande do Sul fechou 2024 com 18.205 unidades lançadas, um crescimento de 4,2% sobre 2023. O avanço, no entanto, foi o menor da Região Sul. No Paraná, foram 27.955 unidades, alta de 25,8%. Santa Catarina liderou com 46.045 lançamentos, aumento de 17,9%.
Os dados são da Brain Inteligência Estratégia, disponibilizados com exclusividade para o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha. O CEO Fábio Tadeu Araújo pondera que o resultado gaúcho foi prejudicado por uma questão conjuntural: a enchente.
A Grande Porto Alegre perdeu de três a quatro meses de capacidade de lançamentos imobiliários, até a cidade se recuperar e estar limpa. Além disso, a cabeça das pessoas precisava estar direcionada de novo à compra de imóveis. As construtoras acabaram empurrando os lançamentos. Parte disso veio desaguar agora em 2025 - diz.
O executivo acrescenta, porém, que o Estado tem ainda uma questão estrutural:
O Rio Grande do Sul perde população, enquanto Paraná e, em especial, Santa Catarina têm crescimento demográfico, o que gera a necessidade de mais imóveis. Porto Alegre, então... Está perdendo ainda mais a população do que o interior do Estado.
Estoque menor
O que ajudou foram as vendas de imóveis novos subirem mais do que os lançamentos no Rio Grande do Sul em 2024, o que reduziu o estoque. Foram comercializadas 22.881 unidades, alta de 11%. Porém, novamente, o Estado perdeu para Santa Catarina (49.168 unidades, +30%) e Paraná (29.469, +22,8%).
- Isso mostra confiança do consumidor de efetuar o desejo de comprar o imóvel, ainda que a taxa de juro estivesse alta - observa Araújo.
A redução no estoque de imóveis à venda, porém, tende a aumentar preços. _
Mais destaques do estudo da Brain serão divulgados pela coluna nas próximas semanas. No Rio Grande do Sul, a amostra da pesquisa considera 18 cidades, que concentram 43,3% da população gaúcha.
O juro deverá pisar no freio
Ao que tudo indica, a cautela com a inflação está dando espaço também à cautela com o recuo da economia. Com isso, as apostas são de que o Banco Central (BC) vai pisar no freio na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada na semana que vem.
A taxa de juro Selic está em 14,25% ao mês. As projeções eram de mais duas elevações, chegando ou até passando dos 15% que ainda aparecem na pesquisa Focus, feita pela autoridade monetária com o mercado financeiro.
Agora mudou, os discursos da direção do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) em Washington na semana passada foram bem mais "dovish" ("suaves"), no jargão econômico. A avaliação é de que a guerra comercial dos EUA vai reforçar uma desaceleração da economia que já se percebe, tirando a pressão da inflação. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, também vê mais espaço para o Brasil exportar commodities, o que traz dólares ao mercado interno.
Em vez de 0,5 ponto percentual de alta, muitos mudaram a projeção para 0,25 ponto percentual e até zero. A concordância tem sido de que este deve ser o último aumento deste ciclo. Alguns já especulam um corte no juro ainda em 2025, mas ainda é cedo. _
BNDES quer ampliar prazo para empréstimos a empresas
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante informou aos empresários em reunião em Porto Alegre que buscará aumentar o prazo para que se cumpra o requisito dos empréstimos da enchente de manter o número de funcionários. Atualmente, é maio. Com isso, bancos repassadores já estão notificando as empresas de que podem perder o crédito ou ter o juro elevado por retirada do subsídio.
Presente no encontro, o presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC VT), Ângelo Fontana, conta ainda que Mercadante sugeriu que as entidades empresariais e de trabalhadores, governo do Estado e Assembleia Legislativa enviem ofício ao BNDES e ao Tribunal de Contas da União (TCU) com as justificativas para a dificuldade de cumprir as metas contratuais. Uma delas é a falta de mão de obra para preencher as vagas.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o presidente do BNDES havia sugerido ainda que, embora demorado, se acionasse o Congresso para fazer o ajuste na lei, já que os bancos precisam cumpri-la. Já sobre ampliação do prazo, afirmou que isso pode ser feito via Conselho Monetário Nacional (CMN). _
Loja de cucas expande para shopping na Zona Sul
Com sede e produção no bairro Bom Fim, a Da Vó Cucas abrirá em junho loja de R$ 200 mil no Pontal Shopping, em Porto Alegre, com área externa onde clientes poderão sentar para consumir. A dona, Marla Kappaun, quer aumentar em 50% a venda atual de 5 mil cucas por mês. Sabores mais pedidos: doce de leite e uva. A de chocolate está saindo menos pela alta do preço do cacau.
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