terça-feira, 22 de abril de 2025



22 de Abril de 2025
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra

O Papa que defendeu a economia de Deus

A atuação social do papa Francisco ao olhar mais para os pobres trazia junto frequentes posicionamentos econômicos, inclusive na mensagem que escreveu para ser lida na última Via Sacra, tradicional rito da Sexta-feira Santa em Roma. Na véspera de sua morte, aos 88 anos, convidou as pessoas a questionarem os padrões, compreendendo o que chamou de "economia de Deus", que não mata, descarta ou esmaga. 

Pontuou que ela é muito diferente das economias atuais "de cálculos e algoritmos, de lógicas frias e interesses implacáveis". É um discurso conectado ao contexto econômico de avanço tecnológico em um cenário de guerras armadas e comerciais, no Oriente e no Ocidente.

Sua defesa do meio ambiente aparece junto ao discurso econômico, não por coincidência, pois ambos têm uma ligação intrínseca. A mensagem de Francisco diz que a economia de Deus é fiel à terra, "não destrói, mas cultiva, repara, protege".

A Economia de Francisco

O papa foi crítico do neoliberalismo - "O mercado não resolve tudo", disse em 2020 -, morava em um apartamento austero e adotou o nome Francisco em homenagem ao santo protetor dos pobres, de quem entendia ser origem do catolicismo. Conseguiu implementar mudanças fortes na Igreja Católica? Não, mas plantou boas sementes, inclusive em quem não é católico.

Jovens economistas chegaram a se reunir em uma fundação chamada A Economia de Francisco. O Vaticano diz que a ideia é "mudar o mundo não tornando-se ganhador do Prêmio Nobel ou ministros, mas introduzindo os valores e a força do bem". No ano passado, o Pontífice pediu aos integrantes que mudassem o contexto econômico no mundo "ferido por guerras", onde "a democracia é ameaçada" e "o populismo e a desigualdade crescem". _

Entrevista - Diego Puerta - Presidente da Dell Technologies no Brasil

"É fundamental não depender de um país"

Guerra comercial, inteligência artificial, procura por computadores e o retorno dos funcionários ao escritório foram temas da entrevista do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, com o presidente da Dell Technologies no Brasil, Diego Puerta. O executivo é gaúcho nascido em Alegrete.

Como a empresa encara a guerra comercial?

Tem muito ruído ainda com sobe e desce de tarifas. É cedo para tomar decisão. Como temos uma estrutura resiliente pelo mundo, fábrica em vários países e uma logística acurada, conseguimos realocar produção com agilidade. Na covid, suprimos o mercado brasileiro desatendido. É fundamental não depender de um país.

Trump quer que as empresas levem a produção para os Estados Unidos. Há como fazer isso com competitividade?

A Dell nasceu, cresceu e se desenvolveu a partir dos Estados Unidos. Se tornou uma empresa global, mas temos um polo de manufatura eficiente lá, onde servidores de inteligência artificial (IA) são feitos. Não vejo nenhuma empresa fazendo toda sua cadeia de suprimentos lá, mas é um mercado enorme e exigente.

O que esperar da tecnologia?

A inteligência artificial não é algo novo, mas era acessível apenas a cientistas de dados e grandes corporações. Agora, chegou aos usuários na ponta, para coisas básicas do dia a dia, como fazer perguntas e criar um logo. Neste ano, terá um ciclo importante. É o quinto ano da pandemia, quando haverá atualização dos computadores, e, para empresas, termina a garantia do Windows 10. Quem não migrar para o 11 ficará exposto.

Como está o retorno dos funcionários ao escritório após o CEO Michael Dell, ter dito que o trabalho remoto era irreversível?

Foi polêmico, mas achamos ser o melhor para a companhia e o desenvolvimento dos funcionários. O principal elemento da companhia é sua cultura. Como se propaga? No convívio do dia a dia. Vimos essa dificuldade no trabalho remoto, principalmente com pessoas novas, pois contratamos muito na pandemia. Como entender uma cultura tão peculiar? Contratamos muita gente em início de carreira, que, para crescerem, precisam olhar quem sabe e interagir. Não será em casa que vão se desenvolver. Continuamos com a premissa da flexibilidade, mas o local de trabalho é o escritório, que está com uma energia incrível. _

Recuperação judicial com dívida de R$ 41 milhões

Há 20 anos no ramo, a família de produtores rurais Bohrz, de Ibirubá, pediu recuperação judicial com dívida de R$ 41 milhões, principalmente com compra de maquinário agrícola. Com Ivan Carlos Bohrz, Vivian Simone Ruppenthal Bohrz, Márcio André Bohrz, Janice Becker Bohrz, Reno Bohrz e Jeferson Augusto Bohrz como requerentes, a petição diz que a crise começou em 2008 após dissolução societária, se agravando após "sucessivos fenômenos climáticos adversos com a acentuada volatilidade nos preços das commodities e a crescente restrição ao crédito".

A família planta soja, milho, trigo, cevada e aveia. Segundo o advogado Bruno Alfaro, que representa o grupo, a reestruturação precisa do "stay period", mecanismo que suspende por 180 dias a tomada de patrimônio por credores.

Renegociação de dívidas, substituição de áreas arrendadas e busca por fontes alternativas de financiamento serão algumas das ações tomadas para reverter o quadro de crise. _

Futuro das lojas do Nacional em Porto Alegre

Começa a ser encaminhado o fechamento também de supermercados Nacional em Porto Alegre pelo Carrefour. Provocada por leitores e funcionários, a coluna percorreu as sete lojas.

No Jardim Itú, o cartaz amarelo avisa do fechamento em maio e funcionários tiveram opção de transferência. No Jardim Leopoldina e no Santana, funcionários acham que serão fechadas.

No Teresópolis, há lojas dentro, o que gera expectativa de que seja comprada. Na Cidade Baixa, não há definição. Já equipes do Menino Deus e do Praia de Belas Shopping dizem que as lojas passarão por reforma, o que indica que podem virar Carrefour Bairro, como o grupo disse que faria naquelas com bons resultados. _

Grupo vende 180% mais em consórcios no RS

Impulsionada pela alta do juro - que deixa o financiamento menos atrativo -, a venda de consórcios pelo grupo Embracon saltou 180% no Rio Grande do Sul em 2024, batendo o recorde de R$ 682 milhões, com 2,3 mil cotas de imóveis e mais de 600 de veículos. _

ACERTO DE CONTAS

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