12 DE MARÇO DE 2020
+ ECONOMIA
Crise se agrava, mas não é 2008
As bolsas europeias já estavam fechadas quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a doença respiratória provocada pelo coronavírus, a covid-19, havia se tornado uma pandemia mundial. No Brasil, foi preciso interromper os negócios quando o desabamento chegou a 10,11%. A B3 parou por meia hora, como preveem as regras. Na retomada, chegou a aprofundar a queda para 12%, mas acabou fechando com perda de 7,64%. Mais contido, o dólar subiu 1,61%, para encerrar a R$ 4,721.
Além da declaração de pandemia, contribuíram para o nervosismo a frustração com o pacote de estímulo nos Estados Unidos e a decisão da Saudi Aramco, petroleira estatal da Arábia Saudita, de elevar ao máximo a produção, voltando a derrubar em 3,57% a cotação do petróleo.
Apesar dos dias de pânico no mercado se parecerem com os ocorridos a partir 15 de setembro de 2008, analistas avaliam que ainda há mais diferenças do que semelhanças entre os episódios. Conforme o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, há 12 anos ocorreu uma crise financeira que pegou o mercado pouco preparado em termos de estrutura de capital e gestão de risco. As instituições financeiras haviam feito empréstimos em excesso sem calcular adequadamente a capacidade de pagamento dos clientes.
- Houve quebra de muitos bancos e contração forte do crédito. Isso reduziu o investimento e o consumo, jogando o mundo na Grande Recessão. Agora, temos crise derivada de uma doença, que tem implicações em cadeia, com choques de oferta e de demanda. Mas o mundo está mais preparado para lidar com isso - avalia.
A derrubada do veto presidencial a um projeto que cria despesa de R$ 20 bilhões, depois do fechamento, tende a gerar mais estresse para hoje.
MARTA SFREDO
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