23 DE MARÇO DE 2020
PERIMETRAL
Quatro meses em casa
É o que prevê o prefeito Nelson Marchezan. Lá pelo início de agosto, já na segunda metade do inverno, é que a cidade deve retomar uma rotina próxima da normalidade.
- Posso estar errado, mas prefiro errar dentro de uma relação de transparência com a população - disse o prefeito à coluna.
Segundo Marchezan, esse prazo até poderia ser mais curto, mas Porto Alegre - e o Estado inteiro - tem um agravante: o frio. A partir de maio, tradicionalmente, o sistema de saúde começa a receber mais gente. A demanda por leitos e internação, que já costuma crescer muito, certamente aumentará ainda mais com a epidemia de um vírus novo.
- Estamos fazendo tudo para nos prepararmos, mas a sociedade precisa entender uma coisa: as pessoas têm que ir para casa. Imediatamente - pede o prefeito.
O raciocínio é simples: se houver menos gente na rua, onde o vírus circula, menos gente será infectada. E, com menos gente infectada, haverá menos pessoas doentes. Se for assim, o sistema de saúde talvez dê conta - mas se tivermos muita gente doente ao mesmo tempo, ele entra em colapso.
- É a maior crise mundial que a gente já enfrentou. Nunca imaginei passar por isso: eu via em filme, lia sobre a gripe espanhola... - Marchezan embarga a voz e, antes de desligar, pede outra vez: - Reforça para as pessoas ficarem em casa.
3 em três horas é a frequência com que pisos e paredes do Mercado Público devem ser higienizados, conforme decreto da prefeitura. O local pode receber até 30% da sua capacidade de público.
Para os mais velhos não saírem
Com quase 2 mil cadastrados em cinco dias, o site ajudacoronavirus.com.br passou a ser divulgado pela prefeitura.
Marchezan pediu autorização pessoalmente ao analista de sistemas Pedro Viana, 26 anos. Foi ele quem criou a plataforma que conecta idosos a voluntários que moram no mesmo bairro e topam fazer compras para os mais velhos.
PAULO GERMANO
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