O combatente imprescindível
21/03/2020 - 06h00min
Por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
O governo do Estado prepara-se desde janeiro, com um plano de contingência feito pela nossa Secretaria da Saúde
A tarefa de conter a expansão da epidemia da covid-19 no Rio Grande do Sul reforçou uma convicção pessoal: fomos eleitos para apresentar soluções, nos mais diversos âmbitos da vida administrativa do Estado. Ocupamos espaços transitórios de poder para agir, articular e liderar, não para acumular energia com vistas ao próximo passo eleitoral.
A pandemia testa nossa capacidade de planejamento e articulação, e é por isso que, entre outros motivos, devemos levá-la a sério. Não podemos fomentar o pânico ou a histeria digital. Temos que enfrentar com argumentos científicos as maquinações conspiratórias. Colocar a prática da empatia no lugar do egoísmo.
O desafio lançado pela pandemia globalizada é claro: precisamos mudar comportamentos, individual e coletivamente. A enfermidade vai chegar com força entre os mais vulneráveis, entre os de mais idade, entre aqueles que já possuem debilidades crônicas de saúde. Atingirá os mais frágeis da nossa sociedade, a quem devemos a obrigação de proteger. Estamos propondo e executando medidas drásticas, antipáticas e restritivas, mas que irão retardar a velocidade de dispersão de um vírus que não respeita fronteiras.
Ainda que desconheçamos a extensão e o prazo dos seus efeitos, não fomos pegos de surpresa. O governo do Estado prepara-se desde janeiro, com um plano de contingência feito pela nossa Secretaria da Saúde. Organizamos e qualificamos a nossa rede hospitalar, monitoramos os casos, alteramos rotinas internas de trabalho, mobilizamos bancos públicos, restringimos deslocamentos – enfim, acionamos um amplo esquema de distanciamento e cuidado social, que depende da adesão de cada gaúcha e gaúcho.
Está na hora de fazermos o mais difícil: deixar de pensar individualmente. Está na hora de fazermos o mais difícil: deixar de pensar individualmente
Perguntam-me se o PIB ainda vai crescer e eu respondo: não importa Perguntam-me se o PIB ainda vai crescer e eu respondo: não importa
Estamos em uma guerra sanitária. Resolvi travá-la com transparência, convocando os demais poderes e a sociedade para um esforço de ação e conscientização. Não é hora nem de disputar protagonismo, nem de duvidar da necessidade de zelo máximo. Todo o esforço institucional para administrar o avanço dessa doença sorrateira será ineficaz se não puder contar com o combatente mais imprescindível: você.
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