31 DE MARÇO DE 2020
RBS BRASÍLIA
Mandetta no comando
Se a intenção dos articuladores da Presidência da República era diminuir o protagonismo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao transferir o balanço das ações do coronavírus para o Palácio do Planalto, a estratégia deu errado. Em meio a outros quatro ministros, o médico e ex-deputado federal mostrou por que se consolidou como a principal liderança no comando técnico da crise.
E mais: ele conta, hoje, com o apoio incondicional do Congresso, de colegas da Esplanada e da ala militar do governo. Questionado se existia risco de sair da pasta, nem teve chance de responder. O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, pulou na frente e decretou:
- Não existe ideia de demissão do ministro Mandetta no momento. Fora de cogitação. Ex-parlamentar calejado, Mandetta arrematou, lembrando que, em política, quando alguém diz que algo não existe é porque existe. Uma brincadeira cheia de recados.
A divergência entre Bolsonaro e o ministro da Saúde é mesmo uma pedra no meio do caminho. Mas, como diz o próprio Mandetta, é só uma parte de um problema muito maior: uma pandemia que ataca todas as nações do mundo. Portanto, o comando é ter foco e construir uma saída conjunta com Estados e municípios.
Por enquanto, a ordem é manter o distanciamento social e dar um tempo para que o sistema de saúde se consolide com segurança nas diferentes regiões.
- Nada será feito isoladamente - reforçou o ministro. Governadores e prefeitos respiram aliviados.
CAROLINA BAHIA
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