20 DE MARÇO DE 2020
RBS BRASÍLIA
O desnecessário
O que antes era folclore agora virou uma crise diplomática. Que os filhos do presidente da República mais atrapalham do que ajudam o governo, até as pedras da Praça dos Três Poderes sabem.
Mas, desta vez, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi para as redes sociais provocar a China só para fazer graça para os olavistas e aos admiradores do presidente norte-americano Donald Trump. O deputado, que quase virou embaixador do Brasil nos Estados Unidos, comparou a pandemia de coronavírus ao acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando autoridades da antiga União Soviética tentaram ocultaram a dimensão da tragédia.
Na prática, no entanto, o que Eduardo conseguiu foi um constrangimento junto ao principal parceiro comercial do país. Tudo isso em meio a uma pandemia.
O que o Brasil ganhou? Nada. Qual a contribuição do deputado para resolver a queda no PIB que se avizinha? Nenhuma. Há meses afastado das polêmicas, o general Hamilton Mourão rompeu a trégua estratégica para lembrar que o deputado não representa o governo e cunhou a frase que marcará o episódio.
- Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha, não teria problema nenhum - alfinetou o vice-presidente. Se o Congresso estivesse funcionando a pleno, o desgaste da família Bolsonaro seria ainda maior.
Governador de Goiás e médico, Ronaldo Caiado (DEM) revelou que fiscais do Procon no Estado encontraram em uma farmácia de Goiânia mais de 20 caixas de álcool em gel estocadas e inúmeras máscaras que seriam vendidas a R$ 59. O proprietário foi autuado e a mercadoria, apreendida. Que sirva de alerta.
Fica a dica
Por sugestão do ex-governador Jair Soares (PP), o deputado federal Jerônimo Gorgen (PP-RS) encaminhou ao Ministério da Economia uma sugestão: que o ministro Paulo Guedes aproveite a crise e corrija a tabela do Imposto de Renda. Na Receita Federal, ninguém ouviu falar nessa possibilidade.
Senador virtual
O Senado inaugura hoje o sistema remoto de votação. É uma versão preliminar, em que o parlamentar poderá votar pela internet ou por telefone. O vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia, comanda a sessão de uma sala de controle. Ele poderá visualizar todos os colegas em um telão. Os senadores poderão discutir a matéria e votar. Na pauta, o pedido de calamidade pública enviado pela União.
Presente
Na bancada gaúcha, quem já fez o exame do coronavírus foi o senador Paulo Paim (PT). Ele contou à coluna que recebeu o resultado negativo no dia do seu aniversário de 70 anos, no último sábado. Paim é diabético e está em casa em quarentena voluntária. Ele já está preparado para votação online. Há 32 anos no Congresso, Paim votará pela primeira vez em sistema não presencial.
CAROLINA BAHIA
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