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sexta-feira, 2 de julho de 2010
02 de julho de 2010 | N° 16384
PAULO SANT’ANA
Cruyff acende a fogueira
Não entendo por que trabalhadores que não têm ações da Petrobras com o Fundo de Garantia não podem adquiri-las. Só os trabalhadores que aplicaram seu Fundo desde 2000 e não se desfizeram dos papéis é que poderão adquirir novas ações, perdendo o governo a chance assim de democratizar o investimento alastrando-o a todos os trabalhadores.
É uma empresa brasileira ou não é, ou então é apenas uma empresa de alguns brasileiros?
Hoje será quebrado o jejum de dois dias sem jogos e se travará um Brasil x Holanda espetacular.
Desde o início da Copa, a Holanda é considerada um time temível. Ainda assim, penso que o Brasil a vencerá.
Considero o Brasil favorito para o jogo de hoje. O Brasil é um time de valores homogêneos em qualidade, distribuídos por toda a constituição de sua equipe, embora estejam faltando grandes craques na seleção de Dunga.
Essa parece ser também a compreensão do grande Johann Cruyff, o líder daquele time maravilhoso da Holanda na Copa de 1974. Ele se torna desafiador a respeito do jogo de hoje e bota lenha na fogueira da partida: “Nunca pagaria por um ingresso para assistir aos jogos da Seleção Brasileira.
Para onde o Brasil que todos nós conhecemos foi nesta Copa? Olho para este time e me lembro de Gerson, Tostão, Falcão, Zico, Sócrates. Agora vejo apenas Gilberto Silva, Felipe Melo, Michel Bastos e Julio Baptista. Onde está a magia brasileira? Posso entender por que Dunga escolheu alguns jogadores, mas onde está o criador ou o talento no meio-campo? Não acho que qualquer espectador pagaria para assisti-los”.
Muy amigo da Holanda, o Johann Cruyff, às vésperas da partida contra o Brasil, dá declarações visivelmente desairosas aos jogadores da Seleção Brasileira atual, ferindo-lhes o brio e o orgulho.
O Cruyff bem que podia expender esses conceitos em outro momento e não neste instante.
Se o Dunga ler estas declarações do Cruyff aos seus jogadores no vestiário, certamente vai fazê-lo, motivará de forma quase irresistível o seu time.
As declarações de Cruyff são ofensivas à dignidade dos jogadores brasileiros. Interessante é que ele, ao salientar a qualidade reduzida dos jogadores do Brasil, excluiu da lista Robinho e Kaká, justamente os destaques canarinhos.
Tanto Kaká quanto Robinho, mais os outros jogadores brasileiros desprezados por Cruyff, deverão dar tudo no jogo de hoje para desmentir o ícone holandês.
Já o técnico holandês, Bert van Marwijk, demonstra uma cautela que serve de contrário-senso a Cruyff: “O Brasil é favorito para o título e nós vamos entrar com o propósito defensivo”.
Não sei se foi sincero o técnico holandês, mas é o que pensa também este colunista: apesar de uma equipe sem brilho até agora nesta Copa, os brasileiros formam o time mais letal em ataque e mais compacto em defesa entre todos que se apresentaram até agora.
Considero o Brasil, potencialmente, melhor que a Argentina e em igualdade de condições com a Alemanha.
É mais parelho em virtudes o time brasileiro.
Mas o futebol é imponderável.
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