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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
02 de outubro de 2008
N° 15746 - LETICIA WIERZCHOWSKI
Da falta de civilidade
Atravesso a rua, e um carro ignora a faixa de pedestres mesmo com o sinal vermelho. É preciso voltar atrás correndo, e puxar o carrinho de bebê que empurro, pois a pressa alheia é sempre maior do que o respeito ao outro.
Não me espanto: vivo numa ruazinha de uma única quadra constantemente vilipendiada por seus próprios moradores que, na urgência de chegarem às suas casas, avançam pela contramão.
O carro do meu marido foi roubado em plena luz do dia, e depois foi achado – o delegado responsável não sabia sequer o endereço do depósito municipal onde poderíamos resgatar o veículo.
Levando-se em conta o número de porto-alegrenses que já têm um ladrão pra chamar de seu, o mínimo que eu esperava do delegado (já que não pôde evitar o assalto) era que ele soubesse de cor o dito endereço.
Exemplos de mau comportamento ou de desleixo no exercer da sua própria função são, infelizmente, incontáveis na nossa sociedade.
É claro que existe muita gente boa por aí, e excelentes profissionais muitas vezes mal-remunerados, tentando fazer o seu papel da melhor maneira possível. Esses bons exemplos andam escondidos sob essa imensa camada de falta de educação e preguiça que ora nos oprime.
E não estou falando da violência urbana, esse monstro que nos assombra. Estou falando desses gestos cotidianos e ínfimos, mas que nos nivelam a todos por baixo, transformando tanto vítimas quanto infratores em criaturas imersas numa mesquinhez emburrecedora e triste.
Depois reclamamos dos políticos, do governo, dos gerentes de banco e até os caixas de supermercado que já não sorriem mais ao entregar o troco – mas, me pergunto: que tipo de atitudes nós estamos semeando por aí todos os dias?
Ontem, eu vi com espanto um homem baixar a janela do seu carro e xingar grosseiramente uma senhora idosa que atravessou a rua muito lentamente, retardando o arranque do seu carro em alguns poucos (e, suponho, preciosos) segundos.
Pais de família que dirigem na contramão, médicos furando fila no cinema, professores xingando pedestres desatentos, cidadãos que se esqueceram como se vive em sociedade.
Tantos anos de estudo, tantos livros lidos, e bastava apenas ouvir os velhos e bons conselhos paternos, aquelas regrinhas básicas sobre boa educação e civilidade. Bastava apenas ter mais calma.
E ter mais respeito com o outro... Respeito, essa palavrinha posta em desuso.
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