quinta-feira, 22 de novembro de 2007



22 de novembro de 2007
N° - Paulo Sant'ana


Abelhas assassinas

A notícia de que na manhã de ontem um cavalo foi morto por quase um milhar de picadas de abelhas no Parque Farroupilha está aterrorizando muitos freqüentadores da Redenção.

O secretário adjunto da Smam, Luiz Alberto Carvalho, classificou o ocorrido como uma "fatalidade".

Quero discordar respeitosamente. Fatalidade é o que não pode ser evitado.

E por nenhuma circunstância ou desculpa é admissível que num parque como a Redenção, onde as pessoas se sentam ou se deitam nas sombras das árvores, deixe a direção do parque prosperar enxames de abelhas de raça perigosa, como são as Apis mellifera, espécie que atacou em massa e ferozmente os dois cavalos da Brigada Militar na manhã de ontem, matando um deles.

Num parque assim tão apinhado de gente passante ou sedentária, não pode ter sequer um enxame dessas abelhas africanizadas, quanto mais cerca de 15 enxames como foram calculadas ontem as colmeias localizadas em diversos pontos da Redenção.

Assim como um cavalo foi martirizado ontem, sob um sofrimento de cerca de mil ferrões envenenados, uma agonia que durou 45 minutos para o animal, a vítima poderia ter sido uma criança ou um adulto que distraidamente, como o fizeram os dois PMs, fosse se alojar à sombra da árvore.

Perigo que só agora sabemos correm também todos os transeuntes, que eventualmente podem vir a perder suas vidas em caso de ataques dos enxames.

Vou fazer uma frase canalha: antes tenha morrido um cavalo do que tivesse sido uma pessoa.

Só que, depois do acontecido, não se justifica mais a existência dos enxames no Parque Farroupilha.

Soou o alarma. E se alguma pessoa vier a morrer ou ser gravemente ferida pelas abelhas, a direção do parque deverá ser responsabilizada, claramente, por homicídio culposo ou lesão corporal culposa, agora depois de o exemplo ter-se caracterizado.

E os canais superiores, o prefeito e o secretário da Smam, devem providenciar imediatamente em ordens por escrito para que sejam removidos do Parque Farroupilha os 15 enxames de abelhas potencialmente assassinas que lá se encontram, eximindo-se assim de uma responsabilidade derivada de seus cargos.

E todos os enxames têm de ser removidos, não só o que provocou um cadáver de cavalo, que já está anunciado, mas todos os outros, que podem provocar cadáveres humanos.

Se um cavalo moeu-se dolorosa e torturantemente por infindáveis 45 minutos de ação das picadas e ferrões de cerca de 900 abelhas mestiças (africanas com cruza européia), essas abelhas da Redenção podem matar em menos de 10 minutos um bebê que esteja sendo passeado num berço por seus pais ou até mesmo seguro pela mão da mãe.

Só faltava essa agora para o Parque Farroupilha. Além do perigo dos rottweilers e pitbulls que circulam por lá sem focinheiras, junta-se outro, o de abelhas assassinas.

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