13 DE MAIO DE 2020
CRISE EM BRASÍLIA
Xingamentos e até pedidos de prisão
A reunião ministerial alvo de investigação teve xingamentos do presidente e de seus ministros a desafetos políticos e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo pessoas que assistiram ao vídeo do encontro, em 22 de abril, no Palácio do Planalto, Bolsonaro chamou de "bosta" o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu desafeto, e ainda se referiu ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), outro adversário, com o termo "estrume".
A gravação tem outros momentos que suscitariam constrangimento político para o governo. Um dos presentes à exibição relatou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que ministros do STF tinham de ir para a cadeia.
Via rede social, Weintraub se manifestou: "Não gostaria de comentar vídeo sob segredo de justiça em respeito às boas práticas judiciais. Além disso, nem tive acesso à gravação. Minhas falas são republicanas e educadas. Eu também já havia dito que não é meu hábito xingar ou falar palavrão. Mentiram e continuam mentindo!".
Resposta
Na mesma reunião, segundo fontes que assistiram ao vídeo, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) defendeu a prisão de prefeitos e governadores. A assessoria de imprensa da ministra confirmou ao UOL as falas e afirmou que Damares se manifestou no contexto de defesa dos direitos humanos e da administração pública. E que ela já defendeu esse posicionamento em outras falas, antes da reunião.
A pasta informou que Damares defende a prisão para aqueles que violarem os direitos humanos como prisões de pessoas que furem isolamento nas ruas, comerciantes algemados e agressão a idosos, e para prefeitos e governadores que desviarem verbas e cestas básicas.
O vídeo assistido ontem na sede da PF pelas partes envolvidas no inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República tem aproximadamente duas horas.
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