Somos e seremos ansiosos e medrosos?
Pondé é aclamado filósofo, escritor, diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP
Neste planetinha globalizado, ansioso, mutante, rápido, pós-moderno e hiperinformado que a gente vive, é claro que tomos nós andamos ansiosos, hiperinformados etc. Não é por acaso que quase todos os jornais do mundo têm colunas de horóscopo e previsão do tempo. Queremos saber se vai chover amanhã e o que vai nos acontecer de bom ou ruim.
Você é ansioso? - Reflexões sobre o medo (Editora Planeta, 160 páginas, R$ 39,90 livro físico e R$ 24,90 e-book), de Luiz Felipe Pondé, aclamado filósofo, escritor, diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP, professor da FAAP e colunista do jornal Folha de S.Paulo, estuda a questão da ansiedade e do medo contemporâneos, a partir de algumas fontes do problema, como o avanço da medicina, as redes sociais, a internet e a instabilidade do futuro da democracia.
Pondé tem atuado com frequência na mídia e escreveu livros de sucesso como Espiritualidade para corajosos, Como aprendi a pensar, Filosofia para corajosos e Amor para corajosos, todos publicados pela Editora Planeta.
"Somos todos apanhadores no campo de centeio" é a frase que abre este livro mais recente de Pondé e a referência é o romance clássico de J.D. Salinger, cujo protagonista, Holden, tornou-se um símbolo da rebeldia e da vulnerabilidade dos jovens.
Para o autor, muito antes da pandemia e seus efeitos, o excesso de informação, a emancipação feminina, o aumento da expectativa de vida, a obsessão pela alimentação, as redes sociais, a internet, a dissolução da família, as psicoterapias tipo coaching, a instrumentalização das relações e as instabilidades políticas em relação à democracia respondem por nossa grande carga de medo e ansiedade. Claro que todos estes fatores, agora, somados aos deletérios efeitos da pandemia, nos deixam ainda mais ansiosos e temerosos.
Pondé não aponta no livro métodos infalíveis para lidar com a ansiedade e o medo, mas refere que talvez jamais os venceremos e que, assim, o melhor é pensar que nossos fracassos podem nos humanizar.
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