20 DE MAIO DE 2020
ARTIGOS
BEM ANIMADOS, MAS... MAL PREPARADOS
O retorno às aulas após o isolamento social - indiscutivelmente necessário - em especial para os alunos do Ensino Básico deverá acontecer em clima de animação e alegria. Rever professoras e amigos depois de tanto tempo será quase como que um retorno de férias. Porém, é preciso que a escola esteja consciente das lacunas e defasagens de aprendizado com as quais essas crianças retornarão. É ingênuo de nossa parte pensar que famílias, pelo menos as mais vulneráveis, se preocuparam em manter uma rotina de estudos. Isso já raramente acontece sem pandemia.
O problema não estará em repassar conteúdos de história, geografia, ciências... O grande problema estará em conseguir que os alunos, leiam correntemente, não silabicamente e sim com clareza para que possam interpretar os textos e as atividades afins.
O que fazer então?
Tal qual a Coreia do Sul fez após a Segunda Guerra Mundial, o foco, após esta pandemia, deveria estar todo no pré-requisito: ensinar os alunos do Ensino Básico a ler, interpretar e escrever de forma fluente!
Um livro de leitura com textos curtos, curiosos, variados e interessantes. Instituir aula diária de leitura, interpretação e escrita, em detrimento de qualquer outro conteúdo, porque, afinal, sem o domínio desses três pré-requisitos, a vida acadêmica está inevitavelmente condenada à formação de profissionais abaixo da média qualitativa, ou, pior que isso, à evasão escolar, às repetência e às demais consequências não recomendáveis, conhecidas por todos nós.
Uma leitura feita de forma adequada, ou seja, com ênfase aos sinais de pontuação e entonação de voz de cada sinal gráfico, permite que os alunos leiam correntemente, com prazer, por entenderem o que estão lendo. Esta prática faz toda a diferença! Selecione um texto e estimule que os alunos estudem, leiam em casa várias vezes, para, no dia seguinte, variando a metodologia, pedir-lhes que o leiam em sala de aula, coletivamente, pessoalmente, em gincana de meninos e meninas... Promoções frequentes de oficinas de leitura e a hora do conto também são excelentes práticas.
Pedagoga, psicopedagoga, escritora - MARIA CELESTE LEITZKE
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