06 DE MARÇO DE 2020
INFORME ESPECIAL
A vilã esquecida na epidemia do novo coronavírus
Sempre impliquei com maçanetas. De vez em quando, embebo um pano em álcool e, tomado por uma espécie de fúria higiênica compulsiva, desinfeto todas elas no apartamento onde moro. Tenho alguns truques que, em tempos de coronavírus, merecem compartilhamento.
Banheiros públicos. Você entra, faz o que tem que fazer e lava as mãos corretamente. Mas, na sua frente, uma maçaneta emporcalhada põe em risco o seu esforço. Em geral, espero uma carona. Quando uma outra pessoa sai, vou no vácuo. Um truque: se a porta for daquelas automáticas e estiver fechando na sua frente, ponha o pé e impeça. Um exercício leve de contorção e pronto. Você está fora. E seguro.
Se o banheiro é pouco movimentado, quase ninguém entra e sai, nada de desespero. Use o mesmo papel com o qual secou as mãos para improvisar uma espécie de luva. Abra a porta e deposite o lixo no primeiro local adequado que encontrar. Se for preciso dar descarga, use o cotovelo. Se a descarga for um fio de puxar, procure segurar mais lá em cima, onde quase ninguém alcança e onde o cordão, em geral, é menos sujo.
A epidemia de coronavírus nos confronta, novamente, com o antigo desafio de equilibrar o individual e o coletivo. Basta que um espirre e não cubra o nariz ou não lave as mãos para que todos sejam atingidos. Na dúvida, não economize álcool nas maçanetas.
TULIO MILMAN
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