16 DE SETEMBRO DE 2019
+ ECONOMIA
Venda de carros estaciona no RS
Marcado por recentes lançamentos de montadoras, o setor de automóveis patina em sua tentativa de retomada. Entre janeiro e agosto, a venda de carros de passeio e comerciais leves zero-quilômetro quase estacionou no Rio Grande do Sul. No intervalo, houve leve avanço de 0,59% frente a igual recorte de 2018, indica o Sincodiv-RS, que representa as concessionárias e as distribuidoras.
No acumulado deste ano, 91,5 mil unidades foram emplacadas no Estado. A marca é a maior desde 2015 (100,6 mil). Ou seja, apesar do avanço, o nível de negócios segue distante ao do período anterior à última recessão. Em 2014, o setor registrou a venda de 139,3 mil unidades.
- O resultado é fraco neste ano. Decorre das atuais condições da economia. Os números são uma fotografia disso - afirma o presidente do Sincodiv-RS, Fernando Esbroglio.
O dirigente acrescenta que o setor só terá desempenho acelerado em caso de avanço mais robusto da economia.
- Automóvel se vende com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Não tem outro parâmetro - frisa.
Diante das dificuldades de mercado, o setor tem apostado em modelos que buscam avançar em recursos de conectividade (dispositivos tecnológicos), dizem analistas. Um dos lançamentos recentes, o de novas versões do Onix, da General Motors (GM), ocorreu no Rio Grande do Sul, na semana passada.
A pesquisa do Sincodiv-RS também contempla categorias como ônibus, caminhões e motos. Na soma de todos os grupos, a alta de janeiro a agosto é maior, de 4,07%, para 124,3 mil unidades.
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Centro de eventos em Novo Hamburgo, a Fenac tem nova feira de estimação em seu portfólio. Neste mês, confirmou a compra da Feipet. Ao adquirir os direitos para organizar o evento, que aposta no mercado pet, a Fenac chega a oito atrações próprias anuais.
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0,5 ponto percentual é a marca que pode ser "tirada" do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pela crise argentina em 2019. O possível prejuízo das dificuldades vizinhas é medido por estudo do FGV Ibre.
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RESPOSTAS CAPITAIS
"O mercado imobiliário está reagindo no país"
ENTREVISTA | JOSÉ CARLOS MARTINS, PRESIDENTE DO CBIC
Após sofrer com a recessão, o mercado imobiliário dá sinais positivos no país. No segundo trimestre, as vendas residenciais subiram 16% ante igual período de 2018, conforme a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Na entrevista a seguir, o presidente da entidade, José Carlos Martins, analisa possíveis estímulos e riscos ao setor.
Como avalia o atual momento da construção civil no país?
Temos quatro pilares: mercado imobiliário, infraestrutura, obras públicas e obras industriais. Exceto o imobiliário, os outros estão meio parados. Aqueles que não andam de lado, andam para trás. O imobiliário está reagindo, muito pelo mercado com recursos da caderneta de poupança.
Quais regiões estão se destacando no setor imobiliário?
Os Estados que estão se saindo melhor são aqueles que dependem menos das condições dos governos locais. Por exemplo, o Sudeste está bem, mas o Rio de Janeiro está mal. O Rio Grande do Sul é um dos que estão andando meio de lado. Apesar de ter agronegócio forte, o Estado vê o governo em dificuldades. Sem elas, estaria mais para frente no ranking. Em São Paulo, a retomada já chegou. Há demanda reprimida que vem sendo consumida. Por exemplo, você casou e foi morar na casa do sogro. Chega uma hora em que você vai embora de lá.
Qual a projeção para as vendas imobiliárias em 2019?
Calculamos crescimento de cerca de 10% nas vendas gerais. O mercado que deve puxar a alta é o de caderneta de poupança.
A Caixa Econômica Federal anunciou, em agosto, linha de crédito imobiliário com base na inflação. Qual o impacto?
A avaliação é positiva. A nova linha de crédito pode provocar concorrência efetiva no setor bancário e entrada mais forte de dinheiro no mercado.
Como a liberação de saques do FGTS pode afetar a construção civil no país?
O governo quer liberar saques num total de R$ 40 bilhões (até 2020). É muito dinheiro. Sabe quantas casas daria para fazer? 400 mil. Em média, cada financiamento na Caixa é de R$ 100 mil. Essa demanda poderia abrir mais de 400 mil empregos. Investimentos geram vagas de trabalho de qualidade.
Devido ao aperto fiscal, o governo estaria estudando suspender contratações do Minha Casa Minha Vida em 2020. Como isso atingiria a construção?
Estamos vendo se terá dinheiro para os contratos atuais. Nossa briga agora é pelo pagamento daquilo que já foi acertado, e não pelas novas contratações.
Qual o cenário para as demais áreas da construção?
Na parte das obras públicas, é preciso dar um tempo. Enquanto o governo não recuperar a capacidade financeira, não adianta. O setor de obras industriais deve ter uma crescidinha. Com a capacidade ociosa nas fábricas, o empresário não investe. Mas, no instante em que sentir alguma melhora, vai fazer isso. A infraestrutura deverá ser o carro-chefe da retomada.
Por quê? Pode haver efeito positivo de concessões ao setor privado no país?
Sim. Mas esses projetos são de prazo grande de maturação. Não adianta, o governo não tem mais dinheiro para investir como antes. Quando falamos em infraestrutura, ninguém bota recursos em algo em que não acredita. Por isso, é muito importante ao país ter mais segurança jurídica.
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