segunda-feira, 23 de setembro de 2019


23 DE SETEMBRO DE 2019

DISCURSO NA ONU


Fala de Bolsonaro mostrará oportunidades, diz Salles. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse, em entrevista ao jornal O Estadão de S. Paulo, que o presidente Jair Bolsonaro "fará discurso de esclarecimento e de oportunidades". Segundo Salles, a meta é "desmistificar a falsa ideia de que houve desmonte do sistema ambiental" e mostrar o potencial de investimentos no setor. O discurso do mandatário brasileiro está marcado para amanhã, na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Salles viajou a Washington, na semana passada, para reunião com investidores e entrevistas a veículos da imprensa estrangeira.

Sua mensagem foi de que é possível desenvolver a região de maneira sustentável com atividade econômica. O ministro minimizou ainda as notícias de que fundos de investimento têm cobrado ações do governo brasileiro sobre a preservação da floresta e disse que vários outros deles apoiam Bolsonaro.

O presidente decidiu convidar representante indígena para compor a comitiva que o acompanhará em Nova York. Ysani Kalapalo, moradora de aldeia no Parque Indígena do Xingu, é pró- Bolsonaro e defende o discurso do governo de que há notícias falsas sobre a abrangência do desmatamento e queimada na Amazônia. Ainda não se sabia se ela aceitaria o convite.

O líder indígena caiapó Raoni, que participará de eventos paralelos à Assembleia Geral, disse que pretende um dia conversar com Bolsonaro para pedir respeito aos indígenas e comentou que o "coração dele (presidente) não é bom". O nome de Raoni foi lançado por um grupo de indigenistas, antropólogos e ambientalistas como candidato ao prêmio Nobel da Paz de 2020 e oficializado pela Fundação Darcy Ribeiro ao comitê norueguês da premiação. Raoni, cuja idade é estimada em 89 anos, afirmou que não gosta de ouvir Bolsonaro dizer que os indígenas "querem ser como nós", ou seja, não indígenas.

Queimadas

Na reunião da ONU, líderes, empresários e investidores estarão com olhos voltados para a maneira como o Brasil conduz a situação na Amazônia, agravada com aumento de queimadas e desmatamento da floresta. O governo minimiza o tamanho dos incêndios, afirma que estão na média dos últimos 20 anos e insiste no discurso de que o desenvolvimento sustentável não exclui atividades econômicas que poderiam, na avaliação do Planalto, ajudar a população local.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), porém, mostram que o desmatamento na Amazônia aumentou 222% em agosto deste ano em relação a igual período de 2018. Os índices são corroborados pela Nasa, a agência espacial americana.

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