07 DE SETEMBRO DE 2019
CARPINEJAR
A confiança vem da paciência
O que você deve passar para quem ama, para quem casou, é tranquilidade.
Que uma discussão e uma divergência não serão motivos para acabar com a relação. Que é eventual o desentendimento, mas os laços não se quebrarão por qualquer bobagem. Que ninguém tem a obrigação de ser passivo e concordar. Assim como há também o risco de errar, de ser deselegante e se passar numa opinião. Nada que um pedido de desculpas de cabeça fria depois não repare o ato.
A questão é dar tempo para a companhia pensar, refletir e se ajustar. Não tirar o tempo de maturação para o progressivo entendimento das ações e encaixe do respeito.
Falta ao casamento uma maior vocação diplomática. Assegurar ao nosso par a certeza de que ele pode tropeçar sem ser crucificado, pode se equivocar sem ser pressionado.
Um dia um dos dois estará chato, no seguinte, o outro estará implicante. Como no emprego, que não é sempre agradável, mas nem por isso pedimos demissão a toda hora.
A partilha do amor traz alternância de estados de espírito. Convive-se com o estresse do trabalho, influência familiar, dificuldades financeiras, uma pressão externa sobre a casa no todo, que altera a harmonia.
O que não deve acontecer é o melindre. Vir com chantagens e ameaças, desconsiderando o conjunto das lembranças e o que foi conquistado lado a lado.
Experimentar situação tensa de medo e despejo inspira a uma segunda existência paralela. É aquele instante que você passa a pular ao bote salva-vidas, emocionalmente, com receio de ser posto para fora do navio. Já desenvolve uma indiferença e um distanciamento para diminuir o sofrimento da separação. E se separa por dentro antes de se separar por fora, devido a uma passional hipótese.
O terrorismo amoroso tira a possibilidade de ser natural e normalmente instável. Rupturas definitivas surgem de precipitações falsas.
Casamento é um ideal de vida, um projeto de longo prazo, não há como ceder às tentações de momentos ruins e isolados. Não é fiado para se aguentar tudo, porém tampouco deve ser um platô desprovido de sacrifícios.
A confiança parte da paciência. Paciência para falar, ouvir e, principalmente, silenciar à espera do reequilíbrio.
CARPINEJAR
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