23 DE NOVEMBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
CENÁRIO ANIMADOR PARA O AGRONEGÓCIO
Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, no último dia 15, o mundo atingiu a marca de 8 bilhões de habitantes. As mesmas estimativas apontam que, em 2030, ao menos mais 500 milhões de pessoas serão acrescidas ao planeta. Em 2050, o número chegará a 9,7 bilhões. Um dos grandes desafios neste contexto será produzir mais alimentos para esta nova demanda. São perspectivas que criam grandes oportunidades para o agronegócio nacional, pelo fato de o Brasil ser um dos maiores produtores e exportadores de grãos e de proteína animal. E por consequência para o Rio Grande do Sul, um dos líderes nacionais da agropecuária.
Recente estudo do Ministério da Agricultura, em conjunto com a Embrapa e a Universidade de Brasília (UnB), mostra o cenário para os próximos 10 anos. Conforme o documento, na safra 2031/2032, a colheita de grãos vai crescer 36,8% em relação ao ciclo 2021/2022, alcançando 370,5 milhões de toneladas. No caso das carnes, incluindo as proteínas bovina, de frango e suína, a produção esperada é de 35 milhões de toneladas, um incremento de 25,6%.
A boa notícia é que a expansão ocorrerá, sobretudo, pelo ganho de produtividade. O exemplo mais eloquente vem das lavouras. A área plantada com grãos deve crescer apenas 17% na próxima década, indicando maior rendimento por hectare, resultado da incorporação cada vez maior da tecnologia às atividades e do manejo adequado. São projeções que vão ao encontro dos compromissos ambientais do país de proteção dos biomas, uma vez que o grande estoque de terras que ainda pode ser incorporado à agricultura está em pastagens degradadas.
O trabalho indica ainda que, embora o mercado interno também tenha projeção de crescimento, será a exportação o grande motor da demanda. É um sinal inconteste de que o mundo, nas próximas décadas, precisará cada vez mais do Brasil para alimentar a sua população. Surge uma oportunidade ímpar que o país precisa saber aproveitar: a de se consolidar como fornecedor estável de grãos e proteína animal, produzindo de forma sustentável, conciliando atividade econômica e preservação dos ativos naturais. O planeta, afinal, também aponta os olhos para o Brasil pela questão ambiental e climática, como mostrou mais uma vez a COP27, recém encerrada no Egito.
A agropecuária e seus elos na indústria, no comércio e nos serviços, portanto, estão em uma posição privilegiada para seguirem como sustentáculo da economia nacional, gerando empregos, renda e garantindo os superávits da balança comercial brasileira. Como terceiro maior produtor de grãos do país e um dos principais na área de carnes, o Rio Grande do Sul, com o trabalho dedicados dos homens e mulheres do campo, seguirá protagonista nesta tarefa de colocar comida na mesa do mundo.
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