terça-feira, 15 de novembro de 2022



ATIVIDADE ECONÔMICA

Pela frente, um cenário desafiador

Especialistas avaliam que a tendência é de desaceleração no avanço dos setores nos próximos meses. Acomodação diante de um espaço de retomada menor e falta de clareza sobre o comportamento da economia do país no próximo ano reforçam essa estimativa, segundo analistas.

O economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que esse processo de desaceleração é normal em serviços diante de avanço robusto, que começa a perder intensidade.

Para os próximos meses, ele estima cenário desafiador para comércio e serviços diante de alguns problemas, como inadimplência alta, orçamento estrangulado e economia mundial crescendo em ritmo menor. Nesse sentido, o economista reforça a possibilidade de acomodação:

- Também tem menos espaço para ganhos relativos a uma demanda reprimida. Cada vez mais, é observado um processo de normalização. Quando a gente vai normalizando, esse crescimento se torna mais difícil.

Na indústria, em um âmbito geral, o economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, estima um crescimento baixo para o setor no próximo ano. Olhando pelos segmentos do setor, ele cita um cenário heterogêneo, com movimentos diferentes em cada área:

- As exportações, que nos ajudaram muito na recuperação dos últimos anos, tendem a ser menores. Já o setor de agropecuária e produção alimentícia tende a se beneficiar com a melhora da safra - salienta Nunes.

O professor Adalmir Marquetti, da PUCRS, afirma que o desempenho da atividade econômica para 2023 é marcado por incertezas. O efeito de uma possível recessão mundial, a falta de clareza sobre o futuro da guerra na Ucrânia e a inflação são alguns dos componentes que bancam esse cenário, segundo Marquetti.

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