Brique da Redenção comemora 46 anos com programação especial
Evento teve música, dança e desfile de carros antigos para marcar os festejos dos 46 anos
Alex Rocha/PMPA/JC
"Passear pelo Brique num alto astral", como eternizou Isabela Fogaça, é uma tradição para muitos porto-alegrenses. A música Porto Alegre é Demais, inclusive, tocava no palco montado especialmente para a comemoração dos 46 anos do aniversariante, neste domingo (24), ao lado do Arco.
O Brique que expõe bancas de artesanato, artes visuais e antiguidades ao longo da Av. José Bonifácio, recebeu programação com direito a apresentações musicais e de dança, além do tradicional desfile e exposição de carros antigos do Veteran Car Club do Brasil RS.
O expositor Ivo Espíndola participa há 12 anos do Brique e afirmou que "quando não venho, sinto que falta algo", disse. Na sua banca, ele vende antiguidades, como louças de porcelana, ferros de passar e máquinas antigas. Para comemorar o aniversário da feira, Ivo trouxe uma eletrola dos anos 1950 restaurada. Na playlist, os clássicos de Elvis Presley, um de seus cantores favoritos. "O pessoal passa e fica encantado. É como voltar no tempo. Geralmente não trago, é uma eletrola grande, mas como é aniversário do Brique, resolvi trazer", explicou. Na visão dele, o Brique é encantador e não pode mudar muito, senão "perde sua essência".
Já o expositor e fotógrafo Carlos Alberto, ou Lithus, como é conhecido artisticamente, discorda e acha que algumas coisas precisam mudar. Apesar de ter muito carinho por Porto Alegre e pelo Brique da Redenção, parque extensamente representado em suas obras - o que gera elogios dos transeuntes que passam por sua banca - ele acredita que a cidade e o Brique deveriam estar mais bem cuidados. "A Redenção tem muitos recantos com esculturas, mas muito do patrimônio está quebrado. Não tem um chafariz que esteja funcionando". Ele também criticou a venda de produtos por ambulantes. "Você faz um trabalho que exige tempo, que custa. E na frente tem gente vendendo produtos que vem da China", ponderou. Em celebração ao aniversário, ele estava oferecendo fotos de Porto Alegre como brinde para quem adquirisse alguns dos quadros.
O diretor do grupo Carros de Evento, Rogério Hubbe, participou do desfile em comemoração aos 46 anos do Brique. Embora estivessem presentes diversos donos de carros antigos, como proprietários de Fusca, Rogério garante que o evento é para todos os carros e para todas as famílias. "É para a família inteira, então contamos sempre com espaço pet, infantil, gastronomia e música para que todos possam aproveitar nos locais em que estamos", destacou. A presença na Redenção foi marcada por curiosos que paravam para olhar a fotografar os carros antigos. "Carro antigo faz parte de toda família. As pessoas passam e falam 'igual ao do meu pai, do meu avô', não tem idade, todo mundo tem uma história com um carro antigo", ressaltou.
O prefeito Sebastião Melo participou da comemoração e ressaltou o caráter diverso do Brique. "É um local de pensar diferente. Porto Alegre é uma cidade linda, começando por esse parque que é o parque dos parques. O Brique se consolidou como um dos espaços mais agradáveis de convivência urbana", destacou. Sobre a depredação na Redenção, ele disse que o local passa por constantes reformas, mas que é necessário compartilhar o cuidado com a sociedade. "Os espaços público é o que existe de melhor em uma cidade, mas tem que ser usado com responsabilidade. A depredação é um problema sério na nossa cidade", reconheceu.
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Sobre o Brique
O Brique da Redenção foi criado em 1978 e desde 1982 funciona na extensão da Avenida José Bonifácio. Foi fundado como uma feira a céu aberto inspirado no modelo do Mercado de Pulgas em Montevidéu e na Feira de San Telmo em Buenos Aires. Em 2005, foi sancionada a lei que declara o Brique da Redenção Patrimônio Cultural do Estado. O maior segmento de expositores na feira é o de artesanato, com mais de 180 bancas, seguido de 66 de antiguidades, 26 de artes plásticas e seis de espaços gastronômicos.
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