09 DE MARÇO DE 2024
ESPIRITUALIDADE
MARÇO, MÊS DA MULHER
Somos bípedes, mamíferas do sexo feminino pertencentes à família humana. Uma única espécie biológica e com inúmeras diferenças. Não somos iguais. Somos semelhantes e podemos reconhecer sentimentos e emoções mesmo em pessoas que vivem de maneira muito diferente da nossa. São muitos continentes, países, etnias, diferentes culturas, línguas, pensamentos filosóficos e espirituais. Religiões que poderiam nos unir são muitas vezes as causas e/ou desculpas para os afastamentos, os conflitos e as guerras.
Nós, mulheres, não somos consideradas cidadãs completas em muitos locais do planeta. Ainda há muita discriminação e preconceito. Tanto no mundo laico como em grupos religiosos das mais variadas fés e tradições.
Há locais onde o estudo é proibido para pessoas do sexo feminino. Há igrejas que não permitem o completo sacerdócio para as mulheres consagradas. Há áreas em que somos brutalmente abusadas e todos os direitos humanos não são respeitados.
Ainda assim, sobrevivemos. Resistimos e continuamos nossa jornada.
Sobreviventes e unidas conseguimos o direito de voto, de inclusão, de trabalho, de equidade salarial e funcional, independência financeira, mas ainda não há equidade de gênero em vários quesitos da vida social e pessoal. Quantas mulheres são arrimo de família?
Vale questionar e refletir também sobre o que significa família. Seria a família monocelular, um casal e seus filhos/filhas? Ou somos todas responsáveis pela nossa grande e única família biológica, a humana?
Ser mulher hoje é ser capaz de perceber as diferenças de tratamento e se manifestar de forma clara e tranquila, repetidamente, para que os que ainda nos discriminam e nos rebaixam possam despertar e perceber que sem as mulheres não haveria vida. É preciso continuar a jornada, com humildade e assertividade, para que nos respeitem como pessoas capazes de pensar, decidir, sentir e viver.
Antes de me sentir mulher eu me sinto humana. Humanidade tem a ver com bondade amorosa, compaixão, equanimidade e alegria empática. Essas são as quatro mentes ou qualidades incomensuráveis.
Incomensurável é o que não tem paralelo, além das comparações, não pode ser medido ou comparado. É o imenso, o enorme, sem limites. A mente do amor incomensurável extingue a raiva. A mente da compaixão incomensurável extingue a mágoa. A mente da alegria extingue a tristeza e a angústia. A mente da equanimidade extingue o ódio, a aversão e o apego.
Todas nós, mulheres, e todos os seres humanos da Terra podemos viver e estimular essas quatro mentes através das práticas de meditação, corrigindo erros e nos aperfeiçoando na arte de compartilhar a vida com todos os seres, compreendendo pontos de vista opostos e sendo capazes de ver além das dualidades e fragilidades da mente comum.
Apreciem suas vidas. Mulheres que são irmãs, filhas, tias, primas, mães, avós, amigas, amantes, sábias, cientistas, religiosas, educadoras, líderes, filósofas, costureiras, cozinheiras, cuidadoras, faxineiras, garis, motoristas de caminhão e de carros de corrida, pilotos de avião, peões de gado e de cavalos, mulheres livres que sabem de seus direitos e apreciam da liberdade de ser e de estar onde bem quiserem.
Criar causas e condições para que todas as mulheres possam ser livres e realizadas em plenitude: eis nossa tarefa.
Mãos em prece
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