sábado, 9 de março de 2024



09 DE MARÇO DE 2024
FLÁVIO TAVARES

A INUNDAÇÃO DO PLÁSTICO

Estamos criando um dilúvio tão imenso quanto aquele que nos conta a Bíblia. Hoje, utilizamos matéria plástica em tudo e, logo, atiramos ao lixo, que chega aos "aterros sanitários", que nada têm de sanitários e são apenas depósitos de detritos.

Experiências científicas demonstram que o plástico leva de 200 a até 5 mil anos para se decompor. Nos rios e mares, pode chegar ao dobro. Assim, o plástico obtido do petróleo se transforma em uma das principais fontes da ameaçadora crise climática. O plástico tornou-se insubstituível na vida moderna e é usado para tudo e em tudo.

Mais de 400 mil toneladas de plásticos (a partir do petróleo) são produzidas anualmente no mundo gerando uma imundície que, porém, tornou-se imprescindível no dia a dia.

Mas eis que agora surge uma alternativa ao uso incessante do plástico obtido do petróleo. Trata-se do plástico orgânico, desenvolvido por dois pesquisadores brasileiros da Universidade Rural do Rio de Janeiro, a partir da união de babosa e batata-doce. Esse plástico orgânico se decompõe na natureza em até 120 dias e ainda serve para adubar solos agrícolas.

Trata-se do desenvolvimento de algo tão revolucionário quanto as descobertas de Louis Pasteur, que além da vacina contra a raiva, nos fez conservar leite e vinho pelo processo de pasteurização.

Desenvolver algo tão revolucionário para evitar a contaminação ambiental (e assim preservar a vida do planeta) me leva a apontar os nomes dos dois pesquisadores - José Thomaz de Carvalho e Leonardo Duarte da Silva - que descobriram o poder da união da aloe vera (babosa) e da ipomoea (batata-doce).

Ambos lembram que usaram uma técnica centenária, tal qual a obtenção da borracha a partir do látex da seringueira; do amido, extraído a partir dos vegetais; da seda, produzida pelo bicho da seda, muito superior ao tecido sintético; ou da celulose encontrada no algodão.

Também os mares e rios (como o Guaíba) se libertarão das minipartículas do plástico convencional, que poluem suas águas, e desaparecerá a ameaça de dilúvio tóxico, pior do que o da Bíblia.

FLÁVIO TAVARES

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