29 DE MARÇO DE 2024
+ ECONOMIA
Lucro recorde em 2023 com imóveis
Conforme o balanço de 2023, a Melnick alcançou pela primeira vez lucro líquido acima de R$ 100 milhões. Foram exatos R$ 104 milhões, 23% acima do mesmo indicador em 2022. Foi resultado, segundo o diretor financeiro e de relações com o mercado, Juliano Melnick (foto), de aumento de 25% nas vendas líquidas, para R$ 809 milhões e de 20% nos lançamentos líquidos, para R$ 732 milhões.
Tudo é "líquido" porque, no ramo da construção civil, cada projeto é feito com uma combinação específica com outros parceiros. E, claro, nos resultados conta apenas a parte específica da Melnick. Esse é um detalhe que também embute um sinal de futuro da companhia, detalha Juliano:
- No próximo ciclo de três anos, vamos crescer dentro da nossa parte. Devemos manter certa estabilidade nos lançamentos brutos (com parceiros), mas vamos dividir com menos investidores. Isso é bom para o mercado, porque vamos ofertar uma quantidade semelhante. É uma decisão empresarial, estamos com mais apetite.
A estratégia tem relação com o IPO (oferta de ações na bolsa de valores pela primeira vez) em setembro de 2020. Obteve um bom resultado e ficou capitalizada, mas em meio a um "cenário supernebuloso", como define Juliano:
- Houve uma mudança gigantesca. Surgiu uma pandemia, o juro decolou, tinha eleição presidencial em país polarizado, surgiu uma guerra na Ucrânia. A companhia optou por um crescimento operacional, mas dividimos com investidores para diluir o risco. Agora, o cenário está um pouco mais claro.
Neste ano, o Melnick Day, momento em que a construtora oferece unidades com descontos, gerou contratos que somaram R$ 301 milhões, o que chegou a surpreender o empresário, que caracteriza a data como "o quinto trimestre" da empresa.
Nos últimos dias, houve movimentação com ações da Melnick. A Even, construtora paulista que tinha 37,56% das ações da construtora gaúcha, vendeu 8,29% para a Melpar Invest, gestora de investimentos de Leandro Melnick. Em outra movimentação, a Puras Holland Park, do gaúcho Hermes Gazzola, aumentou sua fatia para 10,27%. Mesmo assim, a Even mantém participação relevante na construtora gaúcha.
Em 2015, um grupo dominado por investidores gaúchos, liderado por Leandro Melnick, tornou-se acionista de referência da Even. Entre os participantes, estão as famílias Zaffari, Gazzola e Grendene. Ou seja, as compras foram feitas entre sócios das duas empresas.
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