Evento circula R$ 60 milhões na Serra
No calendário das principais conferências de inovação do Brasil, a Gramado Summit chega à sétima edição, entre os dias 10 e 12 de abril. Conforme estimativa baseada em levantamento do Convention & Visitors Bureau Região das Hortênsias, o impacto econômico na cidade alcança R$ 60 milhões. O valor resulta do cálculo de gasto diário de R$ 800 (hospedagem, alimentação e transporte local) por cinco dias - os três do Summit, mais o fim de semana -, para as 15 mil pessoas esperadas neste ano. Prevê 400 palestrantes em 10 trilhas de conteúdo e 500 empresas na feira de negócios.
Participam grandes e pequenas empresas de diversas cidades do Brasil e, também, iniciativas da região, que acabam fechando parcerias e contratos de diversos valores. Conforme a organização do evento, 70% do público é de fora do Rio Grande do Sul.
- O impacto da Gramado Summit vai além do evento. Geramos um reflexo econômico significativo durante três dias, mas seguimos impactando durante o resto do ano - observa o CEO do evento, Marcus Rossi.
No ano passado, recebeu 10 mil visitantes, 500 empresas expositoras na feira de negócios e cerca de 350 palestrantes.
RS evoluiu, precisa consolidar inovação
O South Summit 2024 trouxe novas conexões e investimentos ao ecossistema gaúcho de inovação. No entanto, para Kadígia Faccin, responsável pela elaboração da pesquisa Mapeando a Governança: Percepções sobre a Maturidade do Ecossistema Gaúcho de Startups, ainda é preciso maior coordenação e colaboração entre agentes do setor para que o Rio Grande do Sul assuma maior protagonismo nesse mercado.
O estudo, realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral, indica que as startups gaúchas apresentam média de maturidade de 8,75. O ecossistema de inovação é considerado moderadamente maduro. Segundo Faccin, os índices são positivos e mostram o potencial empreendedor do Estado, especialmente em relação a capital humano e infraestrutura. Além de ser o berço de mais de mil startups, o Rio Grande do Sul é sede de 11 dos 43 parques tecnológicos e científicos do Brasil e de 29 das 363 incubadoras espalhadas pelo país, aponta a pesquisa.
- Os números são bons, têm evoluído. O Rio Grande do Sul se coloca, em alguns rankings, como o Estado mais inovador do Brasil. Mas em termos de governança, de estrutura de inovação, essa percepção não está chegando para todo mundo, o que pode fazer o Estado perder a oportunidade de continuar nesse crescimento - afirma Faccin.
Segundo a pesquisadora, infraestrutura de qualidade de vida para atrair talentos e investidores e mapeamento de objetivos e resultados de forma colaborativa são os principais desafios para o desenvolvimento sustentável do mercado de inovação no Rio Grande do Sul.
- Em governança, é difícil alinhar interesses, criar indicadores e mensurá-los. É necessário um plano de desenvolvimento territorial que coloque a inovação no centro do processo. Seria um grande ganho para o Estado - diz Faccin.
De acordo com o estudo, o índice de governança do Rio Grande do Sul é de 6,13. Faccin aponta que a solução para melhorar essa avaliação deve ser conjunta.
- A inovação é o motor que move o mundo. Enfrentar os grandes desafios da sociedade depende disso. Quanto mais perto do fomento à inovação estivermos, mais fácil será o processo de desenvolvimento do Rio Grande do Sul - recomenda a pesquisadora.
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