01 DE JUNHO DE 2020
RBS BRASÍLIA
Protestos desprezam mortos pela covid-19
O final de semana foi de caos e desprezo com doentes e famílias dos mortos pela covid-19. Isso sem falar das milhares de pessoas que enfrentam dificuldades porque perderam o emprego ou a fonte de renda com que contavam antes da pandemia.
A bordo de um helicóptero ou em cima de um cavalo, o presidente da República mais uma vez incentivou as aglomerações e manifestações que defendem o fechamento do Congresso e a insana bandeira da intervenção militar. Tudo em nome da blindagem da própria família e até como habeas corpus preventivo a um futuro processo de impeachment.
Manifestantes a favor e contra o governo entraram em conflito. Torcidas organizadas de times de futebol, tradicionalmente violentas, foram o componente novo da oposição em São Paulo. As redes sociais governistas e de oposição deliraram. Como as ruas não têm dono, a tendência dos extremos, agora, é ampliar a radicalização e os confrontos.
Enquanto isso, a União Europeia já discute um plano de ação para enfrentar os efeitos econômicos no pós-pandemia. Já em Brasília, não sabemos o que vai acontecer na próxima semana. A imagem do país no Exterior se desmancha.
No sábado, até uma caricatura de supremacistas, apoiadores do governo, foi para frente do Supremo Tribunal Federal, em vigília. Trinta gatos pingados que retratam a insensatez do momento. Em mensagem a conhecidos, o ministro do STF Celso de Mello colocou ainda mais lenha na fogueira, comparando o momento à Alemanha de Hitler:
- Guardadas as devidas proporções, o ?ovo da serpente?, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar, parece estar prestes a eclodir no Brasil.
A temperatura da crise política aumenta, enquanto o país está à deriva. E ninguém tira o pé.
Atenções voltadas para o Diário Oficial da união nos próximos dias. Cada vez mais alinhado às lideranças dos partidos do Centrão, o Palácio do Planalto deve fazer novas nomeações em cargos estratégicos e com polpudos orçamentos para o PL de Valdemar Costa Neto. Esse é o estelionato eleitoral de Bolsonaro.
Ética na geladeira
A bancada do PSOL na Câmara está exigindo do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) que ele coloque o Conselho de Ética para funcionar. Líder do partido, a deputada Fernanda Melchionna (RS) lembra que, com o sistema de deliberação remoto em razão da pandemia, os trabalhos estão parados. A oposição quer que o conselho analise os processos que foram abertos contra Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por uma possível ruptura democrática.
Outro lado do balcão
Sergio Moro só espera a decisão de uma consulta ao Conselho de Ética da Presidência da República para solicitar à OAB o registro para poder advogar. Cabe ao conselho liberar ou não o ex-ministro da necessidade de cumprir quarentena por seis meses, depois de ter deixado o Ministério da Justiça. Se decidirem pela obrigatoriedade, Moro ganhará mensalmente R$ 30.934,70, até ser autorizado a assumir outra atividade.
CAROLINA BAHIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário