02 DE MARÇO DE 2020
INFORME ESPECIAL
Êxtase e medo
O recente pânico nos mercados financeiros mostra o perigo da euforia. Os últimos que chegam na festa pagam a conta de quem está indo embora. E geralmente são os incautos pequenos investidores. Principalmente no Brasil. São os retardatários que sonham com o ganho alto e rápido.
Em abril de 2008, o país era premiados com o grau de investimento. Um futuro brilhante pela frente. Levas de pessoas físicas entraram na bolsa, após vários anos de bons resultados. O céu era o limite. No mês seguinte, recorde de pontuação do índice Ibovespa. Mas, ao final de maio, a crise do subprime nos EUA deflagrou uma vertiginosa queda nas ações.
No início de 2018, a moda era o bitcoin. Cerca de 1,4 milhão de brasileiros queriam surfar nos lucros alucinantes da criptomoeda que disparou 2.000% em 2017. O resultado? Perda de dois terços do valor no ano.
No fim de janeiro, com o coronavírus já no radar, a bolsa brasileira atingia mais um recorde. Cerca de 240 mil pessoas entraram no mercado entre dezembro e janeiro. Agora, são 1,8 milhão. Mais do que o dobro de um ano antes, movimento creditado à firme queda do juro e às prometidas reformas que colocariam o Brasil outra vez nos trilhos.
As próximas semanas mostrarão se foi apenas um susto ou, outra vez, os atrasados receberão a fatura da festança. Fica a máxima de que convive com estes ciclos: venda ao som de violinos, compre ao estrondo dos canhões.
CAIO CIGANA - INTERINO
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