sábado, 22 de junho de 2019


22 DE JUNHO DE 2019

+ ECONOMIA

BOLSA DECOLA, ECONOMIA RASTEJA

A bolsa de valores de São Paulo (B3) encerrou a semana com novo recorde. Na sexta-feira, seu principal índice, o Ibovespa, fechou acima dos 100 mil pontos pela segunda vez na história. Ao final da sessão, confirmou alta de 1,7%, a 102.012 pontos. A máxima anterior havia sido registrada na quarta-feira.

Economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini avalia que o desempenho do mercado financeiro espelha a "ausência de pontos negativos" na reta final da semana. Segundo Agostini, a expressão descreve, por exemplo, a não criação de novas turbulências entre o governo Jair Bolsonaro e o Congresso.

O que chama atenção é o fato de que o bom humor do mercado financeiro contrasta com o momento da economia real, em dificuldades no país. Entre janeiro e março, o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma dos bens e serviços brasileiros - caiu 0,2%, alimentando o risco de volta da recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de baixa na atividade.

Agostini ressalta que a bolsa reflete, em parte, expectativas relacionadas ao futuro do país. Apesar dos recentes ruídos protagonizados pelo governo, investidores demonstram confiança na aprovação da reforma da Previdência, diz o analista.

Para completar o cenário, a sinalização de que países como os Estados Unidos terão taxas de juro reduzidas também beneficiou a bolsa brasileira. Quando há chance de os ganhos ficarem menores em mercados como o americano, abre-se a janela para que investidores demonstrem maior apetite por risco. Ou seja, olhem com mais atenção para países emergentes, como é o caso do Brasil.

- A explicação para o descompasso entre bolsa e economia real é simples. O desempenho das empresas no mercado é influenciado, em parte, por expectativas futuras. Como há projeção de que a reforma da Previdência beneficiará diferentes setores, o risco de o país entrar em colapso é menor. O momento atual da economia está pesando menos - pontua Agostini.

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O RIO GRANDE DO SUL teve baixa de 34,4%, para R$ 1,1 bilhão, na aprovação de novos financiamentos do BNDES no primeiro trimestre. O recuo na concessão de crédito do banco, envolvido em polêmica por causa da recente saída de Joaquim Levy, segue a diretriz da equipe econômica do governo federal. A intenção é reduzir o peso de instituições públicas nos financiamentos no país.

LEONARDO VIECELI

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