quarta-feira, 19 de junho de 2019


19 DE JUNHO DE 2019
EDITORIAL

UMA ESPERANÇA PARA AS ESTRADAS


São positivas as intenções do Piratini de finalizar a duplicação da RS-118 até o fim de 2020, concluir novos acessos municipais e melhorar a conservação de rodovias

Transitar pela esmagadora maioria das rodovias estaduais do Rio Grande do Sul, nos últimos anos, virou sinônimo de irritação com as condições precárias e preocupação pelo risco de acidentes devido à conservação deficiente e à falta de ampliação da capacidade em trechos de grande movimento. O anúncio do governador Eduardo Leite de que o Piratini investirá R$ 301,4 milhões em estradas é uma boa notícia e traz ao menos a esperança de que o quadro comece a melhorar nos próximos anos, embora seja necessário aguardar para averiguar-se o cumprimento das promessas.

No pacote de obras, uma das mais urgentes, que se arrasta há mais de 20 anos, é a duplicação da RS-118, na Região Metropolitana. Mesmo que se lamente a demora, é preciso agora dar crédito ao comprometimento do governo de finalmente entregar o projeto concluído no final de 2020, a partir de um novo aporte de R$ 131 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com recursos do próprio caixa do Estado e da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), concluir acessos municipais é outra iniciativa necessária, assim como a elogiável intenção de aperfeiçoar o serviço de reparação nas estradas. Operações tapa-buraco mal executadas são um mero paliativo, normalmente têm curta eficácia e, ao longo do tempo, acabam onerando ainda mais o Estado já depauperado e, por consequência, o contribuinte. Além de serem um desperdício de dinheiro público, não resolvem de forma definitiva os problemas de insegurança de quem trafega pelas rodovias do Estado.

Melhorar a estrutura viária é ainda imprescindível para o desempenho da economia. Estradas ruins revertem em gastos maiores para produzir e vender mercadorias, o que tira a competitividade do Rio Grande do Sul, onde o custo logístico é dos maiores do país. Vias minimamente trafegáveis, portanto, são imprescindíveis por diminuírem a possibilidade de acidentes e, a médio e longo prazos, pavimentam o caminho até para o aumento da arrecadação, pela maior facilidade de escoar riquezas.

A importância das estradas para o desenvolvimento está no fato de o modal ser responsável por mais de 80% da matriz de transporte do Rio Grande do Sul. Essa realidade, porém, chama ainda a atenção para o desafio necessário da diversificação, apostando em outras formas de transportar mercadorias, como ferrovias e hidrovias. Assim, reduzem-se os riscos inerentes a esta dependência excessiva, como se viu na greve dos caminhoneiros, e ainda é possível retirar um grande número de veículos pesados das já abarrotadas estradas gaúchas, com benefícios ambientais e de segurança.

OPINIÃO DA RBS

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