quarta-feira, 1 de maio de 2019


01 DE MAIO DE 2019
ARTIGO

AS MUDANÇAS NAS PROFISSÕES E NAS FORMAÇÕES


As profissões se contornam no exercício dos trabalhos e nas mudanças dos arranjos trabalhistas, envoltos em questões políticas, econômicas e culturais. A introdução de novas tecnologias vem há séculos modificando as relações de trabalho. Modificações essas que no contemporâneo podem ser pensadas em termos de força, de processamento de grandes volumes de dados, automação e centralização de sistemas automatizados em tempos cada vez mais acelerados. Prospectar sobre o futuro do trabalho, das ocupações e das formações exige, então, refletir sobre o atravessamento das tecnologias e das relações humanas nisso.

Muito se vem discutindo sobre o trabalho repetitivo e alienador. Todavia, precisamos ter cuidado com o discurso que prega que as novas tecnologias vêm libertar o sujeito dessa alienação para promover afazeres mais complexos. O processo em que as vagas de trabalho são substituídas por máquinas não acompanha a formação dessas pessoas para ingressarem em outras modalidades de ocupação em um país desigual como o nosso. Daí a importância de políticas educacionais sérias e consistentes, buscando congregar as novas profissões que estão surgindo com investimento rigoroso na educação.

A formação superior sempre foi orientada para o desenvolvimento humano e para o pensamento crítico, sendo que a técnica sempre esteve e estará presente no currículo, mesmo numa profissão que derive do ensino universitário. A ação de ensinar e de aprender, de mobilizar conhecimentos para conhecer, fazer, conviver e se constituir como sujeito - ou seja, a formação -, é a grande questão requerida hoje e amanhã na universidade e em suas relações com o trabalho e as profissões. A potencialização do humanismo é uma tendência nas grandes instituições de Ensino Superior pelo mundo.

As universidades podem ser pensadas como lugar atento a essas modificações e responsável por pensá-las de forma mais colaborativa. A formação de futuros empreendedores deve funcionar dentro de um discurso que os construa para uma profunda responsabilidade social, econômica e ambiental, problematizando, inclusive, o consumismo e as desigualdades.

Decano da Escola de Negócios da PUCRS ehenriqson@pucrs.br - ÉDER HENRIQSON

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