segunda-feira, 6 de maio de 2019



06 DE MAIO DE 2019
MUNDO

Prefeito de Nova York chama Bolsonaro de "valentão"

JÁ SÃO MAIS DE 30 MORTOS contabilizados desde a sexta-feira na região
O prefeito de Nova York, nos Estados Unidos, o democrata Bill de Blasio, chamou no sábado o presidente Jair Bolsonaro de "valentão" que não aguenta uma briga e disse que o brasileiro fugiu ao cancelar sua viagem para a cidade norte-americana.

Bolsonaro iria para Nova York para ser homenageado no dia 14 de maio com o prêmio de "Pessoa do Ano" em jantar de gala promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Na sexta-feira, porém, o governo brasileiro anunciou o cancelamento da viagem e culpou De Blasio por isso.

"Jair Bolsonaro aprendeu da maneira mais difícil que os nova- iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós chamamos atenção para sua intolerância. Ele fugiu. Nenhuma surpresa - valentões não aguentam um soco. Já vai tarde, Jair Bolsonaro. Seu ódio não é bem-vindo aqui", escreveu o democrata em uma rede social.

"Os ataques de Jair Bolsonaro contra os direitos LGBT e seus planos destrutivos para nosso planeta se refletem em muitos líderes - incluindo diversos em nosso país. Todos devem se levantar para denunciar e lutar contra esse ódio desmedido", completou De Blasio, um conhecido crítico do presidente americano Donald Trump.

ALIADOS ATRIBUEM DECISÃO A MILITARES

Em entrevista a uma rádio, em abril, De Blasio já tinha afirmado que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.

Em nota divulgada sexta-feira, a Presidência afirmou que o cancelamento da viagem foi definido após consulta de "vários setores do governo" e admitiu que a pressão pública foi determinante:

"Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", divulgou o governo.

Desde que, no mês passado, o Museu de História Natural de Nova York se recusou a receber o evento, uma série de manifestações pressionavam os patrocinadores a não vincular seu dinheiro - nem suas marcas - ao evento que, além do presidente, homenagearia o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Em nota, a câmara afirmou que foi informada pela Presidência da República que Bolsonaro não participará do jantar do dia 14, mas que o evento está confirmado com os demais homenageados.

Aliados de Bolsonaro nos EUA atribuem à ala militar do governo e à atuação de executivos da Câmara de Comércio Brasil-EUA o cancelamento da viagem do presidente a Nova York. No alto escalão do governo brasileiro, era o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, um dos principais conselheiros do presidente, quem analisava as informações que chegavam dos EUA.

A avaliação de bolsonaristas é que aquilo que consideram "excesso de zelo" dos militares foi fundamental para a decisão. Segundo esses aliados, Bolsonaro tem personalidade forte e, se não fosse influenciado pelos auxiliares fardados, não teria problemas em enfrentar protestos e manifestações.

Crise acirrada entre Israel e Gaza

A maior escalada de violência entre Israel e a faixa de Gaza desde novembro passado deixou mais de três dezenas de mortos neste fim de semana.

Desde sexta-feira, mais de 600 foguetes foram disparados do território palestino em direção ao israelense, segundo o exército de Israel. O país revidou com bombardeios - mais de 260 alvos pertencentes a grupos militantes de Gaza foram atacados.

Segundo a agência de notícias Reuters, 27 palestinos em Gaza foram mortos, dos quais 14 civis. Do lado israelense, teriam sido quatro vítimas fatais.

O jornal israelense Haaretz também noticiou quatro mortos em Israel, mas 23 em Gaza. Não há confirmação oficial do número de vítimas.

Ontem, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ordenou que as Forças Armadas do país continuassem o bombardeio contra alvos do movimento radical Hamas, que controla Gaza.

Os palestinos dispararam contra locais no sul e no centro de Israel. Ao menos 150 mísseis foram interceptados pela defesa antiaérea do país, e grande parte caiu em zonas desabitadas. Ainda ontem, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, divulgou comunicado dizendo que o grupo não estava em busca de conflito maior e ofereceu a possibilidade de cessar fogo.

O aumento da tensão entre os dois lados começou sexta-feira, quando militantes palestinos feriram dois soldados israelenses próximos da fronteira, o que fez Israel realizar um primeiro ataque contra a faixa de Gaza.

Nenhum comentário: