terça-feira, 28 de maio de 2019


28 DE MAIO DE 2019
POLÍTICA


Bancada do RS gastou R$ 2,5 milhões em cota

MARIA DO ROSÁRIO lidera ranking das despesas reembolsadas pelos parlamentares federais desde início da atual legislatura, em fevereiro

A bancada gaúcha na Câmara já consumiu R$ 2.517.161,84 da cota para exercício da atividade parlamentar (Ceap) na atual legislatura. Os deputados utilizam a verba para cobrir despesas do mandato e são reembolsados mediante apresentação de nota fiscal. Por mês, cada representante do RS tem direito a R$ 40.875,90.

Quem mais gastou entre os 34 deputados, incluindo titulares e suplentes, foi Maria do Rosário (PT), com R$ 142,3 mil. Em segundo lugar vem Márcio Biolchi (MDB), com R$ 125,6 mil, seguido de perto por Darcísio Perondi (MDB), com R$ 121,7 mil. Defensora do uso da cota, Maria do Rosário diz que os recursos são fundamentais para o exercício do mandato. Ela também afirma que usa parte da verba para contratar empresas de segurança em razão das constantes ameaças que recebe. Desde fevereiro, já gastou R$ 22,1 mil com proteção privada e serviços de vigilância.

- Preciso dessa segurança. Recebo muitas ameaças. Além disso, a cota é essencial para minha atuação parlamentar. Legislo bastante, sou autora e relatora de muitas leis, então preciso escutar a sociedade e promover a democracia. Não tenho nenhuma fonte de financiamento privado. Uso a cota para trabalhar - argumenta a deputada.

Na ponta debaixo da tabela, quem menos gastou foi Marcel van Hattem (Novo), com R$ 15 mil, seguido por Daniel Trzeciak (PSDB), com desembolso de R$ 24 mil, e Liziane Bayer (PSB), com 36 mil. Covatti Filho (PP) gastou R$ 23 mil, mas está licenciado da Câmara para exercer o cargo de secretário estadual da Agricultura. Segundo Van Hattem, todos os deputados do Novo se comprometeram em usar, no máximo, metade dos recursos disponíveis. Para o parlamentar, a cota é necessária, mas é possível dedicar-se ao mandato usando-a com parcimônia:

- A cota é importante, principalmente para passagens aéreas. Não tenho por objetivo ser o que menos gasta, mas tento economizar. Agora mesmo vou a Montevidéu usando apenas milhas. É preciso ser responsável, mas cada parlamentar tem suas particularidades. Um deputado que mora em Uruguaiana, por exemplo, gasta mais do que eu, que moro na Região Metropolitana.

Criada em 2001 pelo então presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), a Ceap é usada em locação de carros, hospedagem, alimentação, consultoria, propaganda do mandato, telefone e aluguel de escritório político, entre outras rubricas. Somente nos últimos 10 anos, conforme levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), o custo acumulado para o Congresso foi de R$ 2,8 bilhões. Na última legislatura, entre 2015 e 2019, os deputados gaúchos consumiram R$ 54,8 milhões, um gasto médio de R$ 1,4 milhão por parlamentar.

FÁBIO SCHAFFNER

Nenhum comentário: