27 DE MAIO DE 2019
POLÍTICA
No RS, pelo menos 13 órgãos e fundações estão sem titulares
GOVERNO ENFRENTA RESISTÊNCIA interna para aceitação de indicados em algumas instituições
Prestes a fechar cinco meses de gestão, o governador Eduardo Leite deixa sob o comando de interinos pelo menos 13 instituições públicas. São pessoas nomeadas na gestão anterior e que não foram substituídas em postos de chefia na administração direta e indireta. Pelo menos seis fundações, duas vinculadas e cinco estatais estão com a presidência ou direção geral sem titulares indicados por Leite.
Em alguns órgãos há resistência interna para aceitação do indicado do governo. Na Cesa, por exemplo, o conselho rejeitou o ex-deputado João Fischer, escolhido pelo PP e chancelado pelo governador. Para os conselheiros, ele não teria qualificação exigida para o cargo.
Depois de denúncias envolvendo a precariedade constatada em abrigos sob o guarda-chuva da Fundação de Proteção Especial (FPE), o secretário de Justiça, Catarina Paladini, foi nomeado para assumir interinamente o comando. Devido à falta de titular na FPE, crianças em situação de vulnerabilidade social estavam vivendo em ambiente insalubre.
O ex-prefeito Marcos Vinicius de Almeida foi convidado por Leite antes da Páscoa para assumir o IPE-Prev. Disse que aceitava e, como não foi nomeado, declinou do convite antes da viagem do governador para os Estados Unidos, apesar de considerar improcedentes as especulações de que não teria qualificação para o cargo.
Na FGTAS, o indicado seria o irmão do deputado Edson Brum (MDB), mas Edivilson Brum declinou da proposta devido a uma confusão que envolveu o seu nome e a presidência da Metroplan (hoje com o PTB).
Sob o comando de interinos desde o início do ano, a Fase e a Faders terão seus novos presidentes escolhidos nos próximos dias. O ex-prefeito de São Borja Farelo Almeida ficará no comando da Fase. Já na Faders, quem assume será o ex-deputado Marquinho Lang. Porém, os nomes ainda não foram confirmados pelo Piratini.
LEITE ANALISA CADA NOVA CONTRATAÇÃO
Em dezembro, dois meses após vencer as eleições, Leite apresentou a seus aliados uma série de postos disponíveis para lotação do governo. Parte dos consultados indicou seus nomes, mas o atraso em concretizar as contratações irrita a base. Nos bastidores, a demora está relacionada à disposição do governador em analisar pessoalmente os escolhidos, o que ocorre de forma esporádica, já que a agenda é lotada de compromissos diariamente. Até indicados a cargos em comissão são analisados individualmente, o que explica a lenta nomeação dos funcionários.
O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, avalia que a falta de titulares indicados pelo governo Leite não afeta os serviços prestados por esses órgãos, embora servidores dessas instituições afirmem o contrário. Segundo ele, as novas indicações deverão ser concluídas nos próximos dias.
"É importante destacar que, assim como já aconteceu em outras que já houve indicações, que as que ainda não trocaram a gestão, continuam com funcionamento normal, garantindo as devidas prestações de serviços. As novas indicações deverão ser concluídas nos próximos dias, sempre atendendo à solicitação do governador para que sejam pessoas com o perfil para a finalidade da missão de cada uma das instituições", escreveu à reportagem.
No Banrisul, a indicação já foi realizada formalmente pelo governador, mas a Assembleia Legislativa tranca a aprovação. Claudio Coutinho, futuro presidente do banco, e a diretoria passaram por sabatina na Assembleia, porém não tiveram seus nomes avalizados em plenário. O possível aumento de salário da cúpula do banco foi o motivo para o adiamento, pela terceira semana seguida, da votação.
DÉBORA CADEMARTORI
Nenhum comentário:
Postar um comentário