sábado, 6 de abril de 2019



06 DE ABRIL DE 2019
COMPORTAMENTO

No aeroporto, à espera de quem desembarca

No sítio do Laçador, refúgio próximo ao aeroporto, os interesses se dividem. Enquanto alguns contam com os passageiros que chegam de viagem - por volta das 11h da terça-feira, a chegada de quatro voos provocou debandada de veículos da área -, outros param à espera de corridas que os levem de volta à Região Metropolitana. Há ainda aqueles que pensam, literalmente, mais longe.

Parceiro da Cabify, Sérgio Krieger ruma diariamente ao Laçador com a expectativa de atender a passageiros interessados em deslocamentos mais longos. Segundo ele, viagens para a serra gaúcha, muitas vezes rejeitadas pelos colegas, surgem com frequência.

- Tem gente que odeia, mas prefiro pegar a estrada. É muito melhor do que encarar o trânsito, que é cheio de "arranca e para". E aproveito para trazer pão, cuca, queijo - diz o motorista, que destaca que o valor das corridas de longa distância pode superar o arrecadado em dezenas de viagens dentro da cidade.

RIVALIDADE PARECE TER SE DISSOLVIDO

Já em postos de combustíveis, o perfil dos frequentadores se mostra um pouco menos heterogêneo. Dezenas de grupos de WhatsApp funcionam como redes de suporte, proteção e até confrarias - a maioria dos ouvidos por GaúchaZH disse participar de algum deles. Integrantes costumam adotar pontos específicos para se encontrarem.

É o caso de um posto na Avenida Ipiranga localizado nas proximidades do ginásio da Brigada Militar. Na tarde de terça-feira, pelo menos três carros com o mesmo adesivo - utilizado para identificação dos membros - estavam estacionados no local.

- Parar em um posto é mais seguro do que na rua. E a gente aproveita para tomar café, abastecer, usar o banheiro. O único problema é que a comida é mais cara - comenta Gênesis Pimentel, de 39 anos.

Ao mesmo tempo que a lógica das aglomerações lembra a dos pontos de táxis e a comunicação entre eles parece uma versão 2.0 da rádiotáxi, a rivalidade entre as categorias se dissolve. Em pelo menos dois dos três pontos visitados pela reportagem, taxistas compartilhavam espaço com antigos rivais.

- Hoje, o nosso relacionamento é perfeito. O cliente que quer usar o aplicativo já fez sua escolha, e o que usa o táxi também - diz o taxista Sandro Piccini.

Nenhum comentário: