quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019



28 DE FEVEREIRO DE 2019
POLÍTICA

OAS cita R$ 125 milhões em propina a políticos, diz jornal

ESQUEMA ILEGAL DA CONSTRUTORA envolveria ainda o superfaturamento de grandes obras. Arena do Grêmio, na Capital, é uma das mencionadas

A OAS teria distribuído, entre 2010 e 2014, cerca de R$ 125 milhões em propinas e repasses de caixa 2 a pelo menos 21 políticos de oito partidos, de acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo ontem. A revelação foi feita por oito ex-funcionários da construtora, num rol de 217 depoimentos, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.

A publicação teve acesso a um relatório de 73 páginas da Procuradoria-Geral da República (PGR) com informações sobre campanhas financiadas irregularmente, obras superfaturadas para alimentar o caixa clandestino da empreiteira, método de funcionamento do esquema e nomes dos político e beneficiados. O documento era mantido em sigilo.

Entre os citados aparecem os nomes de Jaques Wagner (PT) e do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), além do ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG), do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA). Vários outros teriam recebido caixa 2, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-senador José Serra (PSDB-SP), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-prefeito Eduardo Paes (MDB-RJ) e o ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ).

MARCO MAIA ESTÁ ENTRE OS DELATADOS

O esquema ilegal da construtora envolveria ainda o superfaturamento de grandes obras, como estádios da Copa de 2014, a transposição do Rio São Francisco, o Porto Maravilha, no Rio, e a Ferrovia de Integração OesteLeste, além de empreendimentos no Exterior. A Arena do Grêmio é citada como um dos empreendimentos superfaturados.

O ex-deputado federal Marco Maia (PT) é o único gaúcho entre os políticos citados na delação. O parlamentar teria recebido R$ 1 milhão para barrar investigações da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) da Petrobras - da qual Maia era relator.

Pinheiro teria dito que manteve, em 2014, reunião com Marco Maia, na qual o parlamentar disse que poderia proteger a OAS. O então deputado teria dito que, por ser relator de comissão que investigava a Petrobras e a maioria dos grupos empresariais do país, encontraria dificuldades com doações de campanha. Em troca da ajuda, teria pedido contribuição de R$ 1 milhão, que foi feita pela OAS. Marco Maia, segndo o ex-presidente da OAS, teria indicado um empresário chamado José para intermediar o recebimento do dinheiro.

O ex-deputado já é alvo de um inquérito no STF, suspeito de cobrar propina de empreiteiras para protegê-las nas CPIs de 2014.

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