sábado, 5 de janeiro de 2019


05 DE JANEIRO DE 2019
INFORME ESPECIAL

O GATO QUE QUASE MORREU DE CALOR NA FREEWAY


Os termômetros marcavam 38ºC, com sensação de 46ºC. No porta-malas de um Nissan prata, um gato de pelo liso e preto agonizava, sem seus donos desconfiarem. A família - pai, mãe e dois filhos - vinha do Litoral em direção a Porto Alegre. Decidiram acomodar a caixa azul com o bichano na parte de trás do carro, sem se dar conta de que o ar-condicionado não chegava até lá.

Quando pararam para o almoço na Casa da Colônia, em Santo Antônio da Patrulha, o animal revirava os olhos azuis, já quase inconsciente. A veterinária Aline Montipo do Nascimento, ouvida depois pelo Informe Especial, explica que a temperatura corporal dos gatos gira ao redor dos 39 graus e que o calor excessivo pode levar à hipertermia, com consequências graves.

No caso do gato que viajava no porta-malas do Nissan, a morte foi evitada por detalhe. Quando os donos se deram conta do que estava acontecendo, entraram correndo no restaurante, abriram a caixa e começaram, com a ajuda de funcionários, a despejar garrafas de água mineral sobre o animal, fazendo assim baixar a temperatura do seu corpo. "Isso deve ser feito gradualmente, para evitar um choque térmico", recomenda Aline .

A água gelada formou uma espécie de piscina na parte inferior da caixa azul, cobrindo as patinhas do animal. Depois de alguns minutos, ele foi recuperando os sentidos, para alívio de todos. "Eu nunca tinha visto algo parecido", disse um dos filhos do dono do restaurante.

A veterinária, feliz com o final feliz, recomenda que, nos meses de verão, os animais sejam sempre transportados com todos os cuidados e obedecendo as leis de trânsito, em locais arejados. Passado o susto, a família pegou a estrada, com o gato aliviado, curtindo o ar-condicionado no trecho final da viagem.

TULIO MILMAN

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