08 DE JANEIRO DE 2019
OPINIÃO DA RBS
O TESTE DO CEARÁ
A forma de debelar o levante criminoso será o indicativo de como o governo Bolsonaro lidará com tais situações. O envio de tropas da Força Nacional para conter a violência no Ceará é o primeiro teste do presidente Jair Bolsonaro e de seu ministro da Justiça, Sergio Moro, no enfrentamento da crise na segurança no Brasil.
Apesar dos improvisos que marcaram a semana após a posse, foi rápida a reação do Planalto ao autorizar o embarque de 300 agentes para atuar no policiamento ostensivo e em outras ações de prevenção e combate ao crime em um dos mais importantes Estados do Nordeste.
Merece reconhecimento também a postura do governador do Ceará, Camilo Santana, do Partido dos Trabalhadores, que soube reconhecer a gravidade da situação e não hesitou em pedir ajuda a Brasília. O momento é de união de todas as forças, sem ranços políticos, para a garantia da ordem e proteção da população.
É preciso uma resposta imediata à ousadia dos criminosos, que, entre outros atos, atentaram contra uma Câmara de Vereadores e contra uma rádio. Para que a onda de ataques seja estancada o quanto antes, é fundamental a transferência de líderes de facções para presídios federais, mais seguros e vigiados.
O Brasil não pode se transformar no que foi a Colômbia dos anos 1990 ou o México dos anos 2000. Incêndios criminosos em veículos, depredação de prédios públicos e de estabelecimentos comerciais são inadmissíveis, ainda mais quando utilizados pelos bandidos para afrontar o Estado e intimidar a população.
As mais de 140 prisões dos últimos dias demonstram que os governos federal e estadual acertaram na estratégia de atuação adotada até agora.
Mas não basta apenas encarcerar os responsáveis pelas investidas e agressões para reduzir a violência. Cada vez mais, líderes do crime organizado ditam ordens de dentro das cadeias. É possível registrar avanços mais expressivos com investimentos em sistemas de inteligência, treinamento das polícias e intensificação de ações ostensivas, medidas pontuadas no discurso de posse de Sergio Moro.
A forma de debelar o levante criminoso no Ceará será o indicativo de como o governo Bolsonaro lidará com tais situações. O ideal, como se vê até agora, é que seja dentro da lei, mas com pulso firme.
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