quarta-feira, 9 de janeiro de 2019



09 DE JANEIRO DE 2019
+ ECONOMIA

PAÍS MARCA PASSO À ESPERA DAS MEDIDAS

Havia expectativa de que, após a primeira reunião ministerial, realizada ontem, fosse aberta a temporada das medidas simbólicas da inversão de sentido do novo governo federal. É uma projeção legítima, uma vez que Jair Bolsonaro se elegeu amparado no bordão de que mudaria tudo isso aí, tá ok?.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou a falar em um anúncio a cada dois dias. Fora a "despetização" - demissão sumária de todos os servidores não estáveis ligados aos governos Lula e Dilma em sua pasta -, ainda não houve publicação no Diário Oficial da União que impressionasse os brasileiros. Ontem, só saiu mais um aceno: o da mudança nas regras de posse de armas até a próxima semana. Ao que se sabe, as medidas existem, e os atos legais estão redigidos. Falta consenso sobre quais anunciar para não passar a imagem errada da nova administração.

Depois do surpreendente discurso do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre manter a capitalização da Eletrobras, não houve manifestação que mobilizasse o mercado. Ontem, bolsa e dólar andaram de lado, à espera. Em oposição, a cada dia é necessária uma declaração - ou mais - de esclarecimento.

Ontem, além do desmentido do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre juros mais altos no crédito imobiliário, houve a inesperada promoção de Russell Mourão, filho do vice-presidente da República, no Banco do Brasil.Seu presidente, Rubem Novaes, afirmou que ele tem "excelente formação e capacidade técnica". Pode ter, mas passa o sinal errado. As atividades dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceleraram o desgaste do pai. Em governo eleito para ser a antítese de "tudo isso aí", é ainda mais contraproducente. Esperemos as medidas.

PENDÊNCIAS REINCIDENTES

No país em que a inadimplência ganhou status de debate público, há um indicador pouco visível, mas não menos importante. É dos brasileiros que conseguiram se livrar das dívidas, mas não conseguiram manter as contas em dia. É o índice de reincidência, levantado a cada ano pela Serasa Experian. Embora ainda muito alto, o percentual teve a primeira queda anual desde 2015, quando o país entrou em recessão: 42,5% em 2017, ante 43,7% no período anterior. A redução é atribuída à manutenção de juro baixo.

A faixa de 36 a 44 anos concentra a maior (44,5%) parcela de pessoas com reincidência de débitos atrasados. Pelo critério da Serasa Experian, é reincidente o CPF que voltou a ficar negativado seis meses depois da regularização da situação de inadimplência anterior. No Sul, apesar de os percentuais médios serem menores ao longo dos últimos cinco anos, não houve redução, que havia ocorrido no período anterior. A leve variação de 0,2 ponto percentual pode ser lida como certa estabilidade.

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A REFAP, DE CANOAS, DEVE VOLTAR AO TIME DA PRIVATIZAÇÃO. ONTEM, EM VÍDEO QUE CIRCULOU SÓ NA PETROBRAS, SEU NOVO PRESIDENTE, ROBERTO CASTELLO BRANCO, AFIRMOU NÃO SER CONCEBÍVEL QUE UMA ÚNICA COMPANHIA TENHA 98% DO REFINO EM UM PAÍS.

MARTA SFREDO

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