quinta-feira, 17 de janeiro de 2019


17 DE JANEIRO DE 2019
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Mobilidade: você tem?


De acordo com a ONU, 55% das pessoas do mundo vivem, atualmente, nas cidades e estima-se que esse número chegue a 68% em 2050. O Brasil tem uma taxa de urbanização de 86%, e São Paulo já é a quinta maior aglomeraç0ão urbana do planeta. Um dos grandes desafios desse cenário é a mobilidade e, com um crescimento da frota de veículos de 400% nos últimos 10 anos, a realidade nas grandes cidades do país é de trânsito trancado, longos tempos de deslocamento e uma enorme pegada de carbono.

Porto Alegre aparece como uma das cidades do mundo com uso mais intensivo de bicicletas compartilhadas, o que é um ótimo dado. Com 6,5 viagens por bicicleta/dia, nossa capital supera muitas europeias. Em Berlim, os moradores fazem, em média, 3,5 viagens por dia, mas o uso do transporte público também cresceu 20% nos últimos 10 anos.

Amsterdã, a capital mundial das bicicletas no imaginário de muitos, tem uma média de uso também menor do que a capital dos gaúchos. No entanto, para uma população de 835 mil pessoas, a metrópole da Holanda tem uma frota de nada menos que 881 mil bikes. Existem diversas questões a serem consideradas: malha de ciclovias, clima e geografia local e, especialmente, a necessidade de educação para o trânsito, pois nada é mais difícil de mudar do que a cultura.

E, agora, se você está pensando nos custos desse processo, em quantas inovações já existem disponíveis aqui e no mundo - e é fato - para que ele seja viabilizado, e considerando pegar sua magrela e sair por aí, dê-se por feliz! Os desafios da mobilidade vão muito além da adoção de bicicletas nas cidades. Como podem os cadeirantes se deslocar pela cidade? Imagine andar um dia inteiro com um carrinho de bebê?

Já pensou em um idoso fazendo uma travessia urbana? Muitas mulheres se sentem inseguras em qualquer meio de transporte. Essas e outras minorias, todos nós habitantes urbanos, temos um grande desafio de mobilidade para resolver. Porto Alegre se prepara para elaborar seu Plano de Mobilidade Urbana e ele precisa ser efetivo, eficiente e inclusivo. E você, vai participar ou ficar aí, imóvel?

GABRIELA FERREIRA, LÍDER DE IMPACTO SOCIAL NO TECNOPUC E DIRETORA TÉCNICA DA ANPROTEC

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