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segunda-feira, 18 de maio de 2009
Jairo Bouer
Sobre a escolha do anel de pureza
VOCÊ SABIA que o anel de pureza que os garotos dos Jonas Brothers usam como uma espécie de compromisso para se manterem virgens e "puros" até o casamento é um comportamento adotado por muitos jovens mundo afora?
O trio, que é filho de um ex-pastor protestante, costuma dizer, em entrevistas, que a decisão partiu deles mesmos e que o anel simboliza esse compromisso com Deus. E não é que outros jovens astros americanos também têm usado o anel de pureza?
Mas, afinal de contas, esse tipo de comportamento não vai justamente na contramão de tudo o que a gente tem visto sobre a sexualidade dos jovens? Aqui no Brasil, segundo dados de 2006 do Ministério da Saúde, cerca de 50% dos garotos e um terço das garotas já haviam feito sexo antes dos 15 anos.
É bem comum ver hoje, por aqui, jovens que têm um ou dois parceiros sexuais antes de estabelecerem um namoro mais estável.
Além disso, nos EUA, nos últimos dois governos do presidente Bush (mais conservador) foi investida uma soma considerável de dinheiro em projetos que trabalhavam a questão da abstinência sexual entre os jovens, em detrimento de projetos que abordavam a prevenção e o uso de camisinha. Você imagina o que aconteceu?
Os estudos avaliaram que essa política pública de investimento em abstinência não funcionou e que quase 90% dos jovens que se comprometiam a não fazer sexo não conseguiam manter sua promessa ao longo de um ano.
E daí? Como não haviam sido expostos a informação sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e prevenção de gravidez, eles acabavam tendo problemas nessas duas áreas.
Por outro lado, é fundamental a gente lembrar que toda vez que se fala em comportamento humano, ainda mais no campo da sexualidade, sempre existe um mosaico de possibilidades. Não existe um modelo único!
Um exemplo: na minha mais recente experiência universitária -este colunista acabou de ser aprovado em um novo vestibular e agora é calouro de biologia da Universidade Federal de Santa Catarina- me surpreendi com pelo menos dois jovens colegas que só pretendem fazer sexo depois do casamento, por decisão pessoal, compromissos com a família ou questões religiosas.
Ou seja, se há muita gente precoce no sexo, há outros tantos que preferem adiar o início da vida sexual e até ficar sem sexo até o casamento.
O importante é que essa diversidade de opções seja respeitada e que se tenha consciência de que uma promessa, às vezes, é muito difícil de ser cumprida a longo prazo e que, eventualmente, pode ser mudada! Ainda mais quando se é jovem! Afinal, quem nunca mudou de decisão na vida, não é?
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