terça-feira, 19 de maio de 2009



19 de maio de 2009
N° 15974 - PAULO SANT’ANA


Temos técnico

Mesmo numa coluna que não se dedica ao futebol, é impossível deixar de registrar os protestos veementes da torcida gremista com o pênalti inexistente registrado pelo árbitro Wilson Luiz Seneme no apagar das luzes, contra o Grêmio, no Mineirão.

Uma derrota gremista com a mão sinistra do árbitro. Dói muito, só sabe o quanto dói quem é torcedor, um erro decisivo de um árbitro em uma partida.

E só estou registrando isso porque recebi um caudal enorme de e-mails de torcedores gremistas revoltados com a interpretação autoritária do juiz.

Ficou evidente pelo depoimento dos jogadores gremistas que o árbitro estava disposto durante toda a partida para o atrito com os atletas gaúchos. Ele marcou o pênalti para se impor na questão pessoal que estabeleceu com os jogadores, o que ainda mais depõe contra a capacidade profissional do juiz.

E agora? De que adianta reclamar? Como é que pode prosperar na profissão um árbitro que faz isso?

Chegou o novo treinador do Grêmio, Paulo Autuori. Pelas referências de que vinha precedido e pela excelente impressão que causaram suas declarações na entrevista coletiva de ontem, tem-se a sensação de que se trata de uma autoridade.

Paulo Autuori chega com a imagem de que é um profissional incontestável.

Impressionante a tenacidade com que os dirigentes do Grêmio perseguiram a contratação de Autuori. O time foi deixado a cargo de um treinador interino por inúmeras partidas, entre elas as decisivas na Libertadores da América.

Os dirigentes do Grêmio suportaram com estoicismo as críticas refletidas na imprensa pela demora da definição quanto ao novo treinador.

Pareciam obstinados em contratar Autuori, como que passando a impressão de que qualquer outro que fosse escolhido em seguida decepcionaria e teria de haver outra substituição penosa.

Nunca se viu uma direção de clube esperar tanto por um treinador, sem ter treinador.

Admirável e respeitável insistência.

Chamou-me a atenção na entrevista de chegada concedida por Autuori ele ter afirmado que, quando um time se torna profundamente competitivo, pode vencer até atuando mal. Exatamente o que vem acontecendo com o Internacional nas últimas partidas.

Em face dos inegáveis atributos de Paulo Autuori, pode-se dizer que ele permanecerá na direção técnica do Grêmio durante os 19 meses e meio de vigência do seu contrato, até o fim de 2010, independentemente dos resultados que o Grêmio venha a obter nos certames que disputará.

Ele parece ser um dos raros treinadores que merecem o respeito da torcida mesmo que o time não consiga os resultados esperados.

Exatamente o contrário de Celso Roth, que, mesmo com fases de bons resultados no Grêmio, era vastamente contestado.

A única suspeita que me assalta o espírito é a de que poderá se constituir num desperdício a presença de Paulo Autuori no Grêmio, em face dos relativamente modestos recursos técnico-humanos de que disporá.

Será que Autuori, com seu imenso cabedal, não teria de manejar um plantel mais rico?

Ou será que sua capacidade como treinador é tão extensa, que mesmo com a modéstia do plantel gremista saberá tirar dele resultados extraordinários.

O fato é que a chegada de Paulo Autuori ontem ao Olímpico está sendo festejada por todos os círculos futebolísticos, até mesmo os não gremistas, como um enriquecimento para o futebol gaúcho.

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