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quarta-feira, 20 de maio de 2009
DA REPORTAGEM LOCAL
Crise precipita onda de fusões e aquisições
A crise econômica internacional está acelerando o processo de concentração de mercado em alguns setores da economia, como a fusão entre Sadia e Perdigão demonstra.
"Crises sempre são momentos de revisão de estratégias. Eventualmente, surgem grandes oportunidades", explica Luca Borroni, professor do Insper (ex-Ibmec SP). "Empresas que estão com o caixa abastecido podem querer sair às compras. Já as que se encontram fragilizadas e perdendo espaço ficam pressionadas."
Esse foi exatamente o caso da Sadia: as operações com derivativos cambiais realizadas pela companhia -que a protegiam de uma desvalorização do dólar, mas lhe impingiram perdas de R$ 2,6 bilhões quando a moeda americana disparou, no segundo semestre do ano passado- a enfraqueceram a tal ponto que a união com a Perdigão pareceu inevitável.
Por situação semelhante passou a Aracruz, vendida para a VCP (Votorantim Celulose e Papel) no final de janeiro. Outro exemplo recente é a compra, pelo grupo Cosan, em março, da endividada usina de açúcar e álcool Nova América.
Razões diferentes sobre o mesmo pano de fundo explicam a aquisição da rede de distribuição de combustíveis da Texaco pelo Ultra, em agosto do ano passado, e a fusão do Itaú com o Unibanco.
"As empresas sempre buscam a forma de atuação mais viável, e comprar concorrentes é um caminho para ampliarem a sua atuação com redução de custos pela sinergia de operações. Em alguns setores, a competição está tão acirrada que ou a corporação é consolidadora ou é potencial consolidada", diz Borroni.
Na sua avaliação, para que o consumidor não seja lesado nesse movimento, a vigilância dos órgãos públicos, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), é fundamental.
DENYSE GODOY
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