quarta-feira, 29 de abril de 2020



29 DE ABRIL DE 2020
+ ECONOMIA

Renner e Einstein na inovação do bem

Para encurtar o caminho entre hospitais e empresas que fabricam equipamentos de proteção individual (EPIs) e uniformes, itens fundamentais para a frente do combate ao vírus, a Lojas Renner e a Eretz.bio, incubadora de startups do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, lançaram a plataforma Inovação do Bem. Desenhos e a ficha técnica de moldes de máscaras e aventais desenvolvidos pela Renner em parceria com seus fornecedores (foto) estão disponíveis para empreendedores que tenham interesse em fabricar os produtos. 

Até 4 de maio, a plataforma está recebendo inscrições de soluções inovadoras relacionadas à produção de máscaras de proteção. O objetivo é encontrar projetos que permitam a produção de modelos de fácil utilização, seguros e que garantam conforto por longos períodos de uso. Inscrições podem ser feitas no site inovacaodobem.com/desafios. O vencedor ganhará prêmio de R$ 5 mil.

A negociação do Mercosul que a indústria nacional quer travar

Ainda antes de a Argentina se retirar de negociações de acordos comerciais do Mercosul com outros países, o setor privado brasileiro já levantara cartão vermelho. Foi na direção de uma das tratativas com a Coreia do Sul, uma das mais adiantadas. Em carta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediu a suspensão das conversas.

O motivo seria a perda estimada em US$ 7 bilhões para o Brasil. A base desse tipo de acordo é a redução de impostos de importação, para tornar mais barato o comércio entre os envolvidos. Outra queixa da CNI é o fato de que a negociação estaria avançada, com cerca de 90% de cobertura do comércio bilateral, sem que o setor privado tivesse sido consultado, ou sequer informado, das concessões feitas pelos governos.

Os acordos fechados pela Coreia do Sul, com China, Índia e Turquia, também preocupam. Excluíram grande volume de mercadorias dos parceiros e incluíram preferência para seus produtos industriais.

Antes da decisão do governo argentino, que o Brasil vê como "facilitadora" de avanços nas negociações, a CNI e a instituição equivalente, a União Industrial Argentina (UIA), haviam lançado nota conjunta cobrando transparência nas tratativas com a Coreia do Sul.

Entre os argumentos, constava a "falta de capacidade das indústrias do bloco em enfrentar práticas desleais de comércio". O temor é baseado em dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) que apontam a Coreia do Sul como segundo país mais acionado por medidas de defesa comercial, só atrás da China. Essas iniciativas de proteção costumam responder a estratégias como preço abaixo do mercado (dumping) ou outro tipo de artificialismo.

É claro que a queda na atividade econômica imposta pelo coronavírus acentua o protecionismo. A CNI aponta que "o momento posterior à pandemia exigirá do governo foco em políticas de retomada da atividade produtiva e da geração de empregos no país", o que exigiria "acordos comerciais mais equilibrados".

MARTA SFREDO

Nenhum comentário: