10 DE JUNHO DE 2020
+ ECONOMIA
Modelo de negócio à prova de crise
Existem modelos de negócio que parecem ter nascido desenhados para a crise da pandemia de covid-19. É o caso da Nowheat, loja de conveniência de alimentação saudável que acaba de inaugurar sua terceira unidade, no Bourbon Assis Brasil. Oferece refeições saudáveis congeladas, que chama de Marmitinhas Fit, apresentadas em cem opções, todas 100% naturais e livres de glúten e lactose.
Com investimento de R$ 250 mil, mantém seu plano de expansão, deve inaugurar ao menos mais duas unidades ainda neste ano: uma em São Leopoldo e outra em Passo Fundo.
A Nowheat (sem trigo, em inglês) funciona em sistema take away: o cliente escolhe a refeição, aquece no local e retira para comer na praça de alimentação. Tem alimentos para todas as refeições, como café da manhã, lanches e sobremesas. Segundo Tami Bourscheidt, proprietária e idealizadora da Nowheat, a constatação de que muitos não estavam conseguindo cozinhar confirmou a oportunidade. As refeições também podem ser entregues por aplicativo próprio, que pode ser baixado nos sistemas operacionais Android e iOS. Toda a produção de alimentos e a higienização do local seguem os padrões da OMS.
Guedes promete "desentupir canais de crédito" em breve
Havia expectativa de ao menos um anúncio oficial, a ser detalhado mais tarde. Mas durante reunião ministerial transmitida ao vivo ontem, o titular da Economia, Paulo Guedes, frustrou mais uma vez as empresas que esperam há meses a facilitação do acesso a crédito.
Guedes se limitou a confirmar a informação dada dias antes sobre a extensão do auxílio emergencial por dois meses, agora com parcelas de R$ 300. É sem dúvida importante, mas o presidente Jair Bolsonaro já havia feito o anúncio, e havia fome por novidades no crédito. Vieram apenas mais promessas:
- Vamos desentupir os canais da linha de crédito para pagamento da folha de salários.
O governo havia destinado R$ 36 bilhões para essa linha, mas não houve demanda. Entre os problemas apontados por empresários, estão o excesso de burocracia, exigências muito rígidas e a necessidade de firmar compromisso de não demitir. Na semana passada, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, havia antecipado que a decisão seria exigir apenas manutenção de 50% do quadro. Duro, mas realista.
A Receita Federal anunciou ontem a regulamentação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), outra linha com taxa baixa, carência longa e garantia pública, como no financiamento da folha. A Receita confirmou que enviará comunicado às empresas informando o valor da receita bruta. Isso é importante porque vai permitir o início da análise de crédito e definir seu tamanho. O limite é 30% dessa quantia.
O cronograma começou ontem e segue a partir de amanhã, feriado em muitas cidades. Conforme o diretor-superintendente do Sebrae-RS, André Vanoni de Godoy, a perspectiva é "positiva" para os próximos passos. Guedes citou o reforço de R$ 15,9 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO), do Banco do Brasil, para dar a garantia que falta às empresas.
MARTA SFREDO
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