sábado, 6 de junho de 2020


06 DE JUNHO DE 2020
CARTA DA EDITORA

Jornalismo na essência


Jornalista, na sua essência, deve ser um obstinado. É curioso, não se contenta com a superficialidade, destrincha números para entender o que está abordando, precisa sempre ter um olhar próprio para compreender a real dimensão de um fato. Desde que passamos a enfrentar a pandemia do coronavírus, a repórter Larissa Roso - uma profissional que segue à risca essa obstinação - procura trazer em suas reportagens um olhar que vai além de estatísticas e projeções.

Formada em Jornalismo pela PUCRS, mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRGS e há 22 anos em ZH, Lari, como é chamada pelos colegas, tem conseguido traduzir como poucos o que tem se passado nos hospitais da Capital e os sentimentos dos profissionais que diariamente estão sendo desafiados por uma doença ainda cercada de mistérios.

Desde o início, Lari tinha em mente que em algum momento chegaria a hora de conhecer de perto a realidade das áreas mais sensíveis desta pandemia: as unidades ou centros de tratamento intensivo (UTIs e CTIs). Após fazer análise minuciosa do cenário de cada hospital e abrir negociação para que pudesse entrar numa dessas unidades, na sexta-feira, 29 de maio, ela e o fotógrafo Jefferson Botega conseguiram acompanhar a rotina do CTI do Hospital Conceição. Seguindo os rigorosos protocolos, vivenciaram durante uma manhã a tensa rotina de médicos, enfermeiros e pacientes.

- Vi ao vivo o que significam os números da pandemia, cada vez mais assustadores no Brasil. Mostrar o que se passa e o que se ouve ao redor do leito de um paciente em estado grave ou gravíssimo talvez sensibilize quem ainda não entendeu a dimensão arrasadora do que estamos vivendo - afirma Lari.

Desde 1996 na RBS e acostumado a grandes coberturas nacionais e internacionais, Jefferson Botega, o Jeff, relata ter tido uma experiência única na sua carreira.

- Entrar em um CTI que concentra grande número de infectados para ser os olhos da sociedade foi uma das experiências mais marcantes que já tive em minha profissão e na minha vida - conta Jeff, que precisou, por questões de segurança sanitária, tirar a barba que cultivava havia mais de década.

A reportagem pode ser conferida no caderno DOC. Os textos e fotos, além de vídeo, também estão em GaúchaZH.

Boa leitura.

DIONE KUHN

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