03 DE JUNHO DE 2020
RBS BRASÍLIA
Escalada dos radicais
O país alcançou a apavorante marca de 31.199 mortos pela covid-19 e 555.383 casos confirmados, mas o que mobiliza as atenções em Brasília é a escalada dos radicais. Depois de semanas do desfile de grupos bolsonaristas ostentando faixas pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal e intervenção militar, grupos de oposição se manifestaram.
A violência é condenável, assim como o vazamento de dados pessoais do presidente da República e sua família pelas redes sociais, o que já está sendo investigado. Um quadro de tensão e incerteza que em nada contribui para o país. Nem Bolsonaro, que sempre se alimentou da polarização, tem tanto a ganhar assim. Sem um plano para a recuperação da economia, sem liderança no combate à pandemia e agarrado ao centrão, ele tende a perder ainda mais popularidade. E o problema, neste momento, é que faltam bombeiros.
O Planalto deveria aproveitar que o Congresso está concentrado na votação de propostas de combate ao coronavírus para dar mais rapidez à regulamentação de medidas relacionadas à pandemia. Por exemplo, o projeto de auxílio às pequenas empresas que, aprovado há mais de um mês, só foi regulamentado nesta semana.
Bolsonaro nunca teve foco, mas, agora, prestar mais atenção aos rumos da economia e da política está quase virando questão de sobrevivência. Ontem, uma apoiadora que estava em frente ao Palácio da Alvorada insistiu que ele mandasse uma mensagem para famílias das vítimas. Após desconversar, respondeu:
- Eu lamento todos os mortos, mas é o destino de todo mundo.
CAROLINA BAHIA
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